Previsão do mercado para o PIB em 2017 cai de 0,50% para 0,41%

Em meio à crise política, os economistas do mercado
financeiro alteraram, para pior, suas projeções para a atividade em 2017 e
2018. Pelo Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 12, a
mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de 0,50% para
0,41%. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,50%.

Para 2018, o mercado também mudou a previsão de alta do PIB,
de 2,40% para 2,30%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,50%. No
início do mês, o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE)
informou que o País cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2017, ante o quarto
trimestre de 2016. Por outro lado, recuou 0,4% ante o primeiro trimestre do ano
passado.

Em seus comunicados mais recentes, o Banco Central tem defendido
que os indicadores permanecem compatíveis com a estabilização da economia no
curto prazo. Porém, a instituição alerta que as incertezas com o andamento das
reformas econômicas podem ter impacto negativo sobre a atividade. É a crise
política o principal motivo para as reformas serem colocadas em dúvida.  Inflação. Sob influência dos dados mais
recentes da inflação brasileira, divulgados na sexta-feira, os economistas do
mercado financeiro reduziram suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano.
A mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2017 foi de 3,90%
para 3,71%. Há um mês, estava em 3,93%. Já a projeção para o IPCA de 2018 foi
de 4,40% para 4,37% ante 4,36% de quatro semanas atrás.

Na prática, as projeções de mercado divulgadas indicam que a
expectativa é de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em
2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual
(inflação entre 3,0% e 6,0%).

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) informou que o IPCA de maio subiu 0,31%, bem menos do que apontava o
próprio boletim Focus, cuja mediana projetada era de 0,44%. No ano, o IPCA
acumula taxa de 1,42% e, em 12 meses, índice de 3,60%.

Selic. Após a inflação de maio surpreender positivamente e
em meio às sinalizações do Banco Central de que o ritmo de flexibilização
monetária pode diminuir em julho, os economistas do mercado financeiro
decidiram manter suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) no fim de
2017 e de 2018. A mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,50%
ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

O relatório indicou ainda que a mediana das projeções dos
economistas para a Selic no fim de 2018 permaneceu em 8,50% ao ano, também
igual ao verificado um mês atrás.  

A Selic média de 2017 seguiu em 10,28% ao ano no Focus. Há
um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,22%. No caso de 2018, a
Selic média seguiu em 8,50%, igual ao verificado há quatro semanas.

Câmbio. A projeção para a cotação da moeda americana no fim
de 2017 seguiu em R$ 3,30. Há um mês, estava em R$ 3,25. O câmbio médio de 2017
permaneceu em R$ 3,22, ante R$ 3,18 de um mês antes.

No caso de 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano
seguiu em R$ 3,40. Quatro semanas antes, estava em R$ 3,36. Já a projeção para
o câmbio médio no próximo ano foi de R$ 3,35 para R$ 3,36, ante R$ 3,33 de
quatro semanas atrás.

Preços administrados. O Relatório de Mercado Focus mostrou
manutenção na projeção para os preços administrados neste e no próximo ano. A
mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 seguiu em
alta de 5,50%. Para 2018, a mediana permaneceu em 4,70%. Há um mês, o mercado
projetava aumento de 5,45% para os preços administrados em 2017 e elevação de
4,70% em 2018.     

Em suas projeções mais recentes, o BC espera alta de 6,1%
para os preços administrados em 2017 e avanço de 5,5% em 2018. Essas
estimativas foram atualizadas na ata do último encontro do Comitê de Política
Monetária (Copom).

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