Com as obras paradas desde dezembro de 2014, o Veículo Leve
sobre Trilhos custa R$ 16 milhões ao mês para os cofres públicos, afirma o
governo de Mato Grosso. O montante é referente a dívidas passadas com o
Consórcio VLT, responsável pela implantação, e a manutenção do que já foi
adquirido pelo estado para o metrô de superfície rodar em Cuiabá e Várzea
Grande, na região metropolitana. O VLT foi iniciado em 2012 e licitado pelo
valor e R$ 1,47 bilhão, do qual R$ 1 bilhão já foi gasto com material como 44
km de trilhos, 42 vagões e sistema de controle.
“Temos hoje um custo de correção monetária sobre valores que
são devidos ao consórcio, que não foram pagos até dezembro de 2014, de R$ 300
milhões. Todos os meses encarecem em mais R$ 800 mil, que é a correção pelo
IPCA. E os veículos parados têm custo de manutenção, em torno de R$ 1,5 milhão
a R$ 2 milhões por mês. E com o veículo parado, o mato-grossense já paga o
financiamento tomado com a Caixa Econômica e com o BNDES, em torno de R$ 14,5
milhões”, disse Rogério Gallo, procurador-geral do estado.
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Após briga na Justiça que já dura mais de dois anos, o
governo anunciou em março que havia fechado um acordo com o Consórcio VLT, pelo
qual seriam pagos R$ 922 milhões para retomada e conclusão da obra. Os
ministérios públicos Federal e do Estado, porém, já se manifestaram contrários
a esse acordo e questionam o valor necessário para dar continuidade e terminar
a implantação do VLT.
Em decisão publicada nessa segunda-feira (5), o juiz Círio
Arapirada, da 1ª Vara Federal em Mato Grosso, deu prazo para que o governo e o
consórcio se manifestem sobre o parecer contrário do MPF e do MPE.
O contrato de financiamento para a obra foi assinado em
2012, com carência de três anos. Para o professor Luiz Miguel de Miranda, da
Universidade Federal de Mato Grosso, além desses valores, há o risco do
comprometimento e do envelhecimento da tecnologia empregada.
“Na medida em que não vão sendo realizados, as obras vão se
deteriorando mais rapidamente. Então é como sua casa. Você tem que olhar todo
dia para ela, cuidar e limpar. Se você não cuidar, a tua casa vai ao chão. E é
assim que acontece com as obras públicas”, disse.
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