Preço mais baixo ainda faz produtor de milho segurar vendas no Paraná

O patamar de preços de milho mais baixo que no ano passado
continua desestimulando as vendas no Paraná. Os últimos dados divulgados pelo
Departamento de Economia Rural (Deral) do Estado mostram que as vendas da safra
de inverno, ou safrinha, do ciclo 2016/17 chegaram a 19% da produção estimada
em 13,72 milhões de toneladas até 24 de julho.

A comercialização avançou 10 pontos percentuais em relação a
junho, mas ainda está muito aquém dos 43% das vendas da safrinha 2015/16 no
mesmo período do ano passado. No entanto, naquele ciclo, o volume ofertado era
menor em decorrência da quebra de produtividade e a demanda estava mais
acelerada. Ainda assim, as vendas estão abaixo dos 29% da safrinha do ciclo
2014/15.

Com a colheita do milho ao redor de 43% da área plantada no
Estado até 24 de julho, dificilmente deve haver mudança nas cotações nos
próximos meses, e a tendência é de que o agricultor continue segurando as
vendas.

Segundo Edmar Gervásio, economista do Deral, os preços no
Paraná estão ao redor de R$ 18 a saca de 60 quilos, bem abaixo do patamar de R$
30 do ano passado. “Foi uma situação atípica de preço, acima da paridade
de exportação inclusive, mas o agricultor fica com a sensação de que as
cotações podem melhorar”, diz Gervásio.

Os preços atuais do milho estão abaixo dos custos médios de
produção do cereal no Paraná, segundo o economista. Em média, o custo foi de R$
20 por saca na safra 2016/17. “Nem todo mundo está tendo prejuízo, mas a
diferença entre custo e cotação está bem apertada”, avalia.

A comercialização do milho da safra de verão, já totalmente
colhida, também está atrasada. Da produção, estimada de 4,89 milhões de
toneladas, 79% foi comercializada ante 96% em igual período da safra anterior.
Em um mês, o avanço foi de apenas 6 pontos percentuais.

A venda de milho no Paraná está mais lenta que a média do
Brasil. Segundo a Safras & Mercado, a comercialização de milho safrinha
está em 34,3% da produção estimada de 69,701 milhões de toneladas no país. Em
julho do ano passado, correspondia a 64% da produção.

Embora haja muito milho armazenado no Paraná, estocagem não
deverá ser um problema, avalia Gervásio. Ele reconhece que poderá haver
problemas pontuais em algumas cooperativas onde há soja estocada e o milho
começa a chegar para ser armazenado. “Nada que gere grandes preocupações”,
garante.

Com relação à soja, as vendas no Paraná estão em 64% da
produção estimada em 19,65 milhões de toneladas. O ritmo também é mais lento
que em igual época de 2016, quando 80% da safra já havia sido comercializada.

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