Ao todo, 38 dos 46 contêineres que caíram de um navio a
quatro quilômetros do acesso ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo,
afundaram. A informação é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que ainda dimensiona os impactos
ocasionados pelo acidente.
Na madrugada de sexta-feira (11), as caixas metálicas foram
lançadas ao mar, depois que o navio Log-In Pantanal foi atingido por ondas de
até 4,5 metros. A embarcação aguardava para realizar manobra de entrada no cais
santista. Mercadorias, que ficaram espalhadas pela região costeira, foram saqueadas
após o ocorrido.
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Até terça-feira (15), somente oito contêineres tinham sido
localizados. Dois encalharam em uma praia de Guarujá e outros seis permaneceram
boiando na costa da cidade, segundo informações da agente ambiental federal Ana
Angélica Alabarce, que integra o grupo de emergências do órgão e acompanha o
caso.
“Todos os demais [contêineres] afundaram, e a maioria
está concentrada no local onde o navio estava fundeado. A empresa já iniciou o
mapeamento, mas, infelizmente, as condições do mar não ajudaram na retirada
daqueles que foram encontrados na superfície e no completo posicionamento dos
que estão submersos”, explicou.
No fim da tarde de terça-feira, cumprindo o prazo de 24
horas estabelecido pelo Ibama, a Log-In protocolou na autoridade ambiental o
plano de remoção dos contêineres no fundo do mar. “O documento ainda vai
ser analisado pela nossa equipe, que também vai acompanhar todo o processo de
retirada [das caixas metálicas]”.
A autoridade ambiental também monitora o cumprimento da
ordem estabelecida na segunda-feira (14) à empresa para limpar praias, rochedos
e superfície do mar onde forem localizados resíduos provenientes do acidente,
até o fim desta semana. A empresa afirmou que o trabalho já foi iniciado, mas
disse não ter prazo para terminá-lo.
Nesta quarta-feira (15), os agentes do Ibama vão monitorar a
operação de retirada dos compartimentos sinistrados que permaneceram a bordo do
navio após o acidente. “Peritos dos Estados Unidos foram chamados pela
armadora. Vamos acompanhar esse trabalho para evitar qualquer outro dano ao
meio ambiente”, disse.
O Log-In Pantanal permanece atracado no costado do Terminal
37, na Margem Direita do Porto de Santos, desde a última sexta-feira. O navio
não apresenta problemas na navegabilidade, mas danos no convés forçaram a
Marinha do Brasil a reter a embarcação no local, até que os reparos sejam
feitos e um laudo apresentado.
“Especialistas norte-americanos contratados pelo
P&I Club (Protection and Indemnity) estão avaliando as condições da
embarcação e das cargas”, informou a companhia, sem detalhar os danos
constatados no navio. Por meio de nota, a empresa também não informou quando
esse trabalho será finalizado.
Acidente
A queda de 46 contêineres ocorreu na madrugada de
sexta-feira, do navio Log In Pantanal, então no Fundeadouro 3 do Porto de
Santos. O mau tempo, segundo a empresa proprietária do navio, contribuiu para o
ocorrido, que é alvo de uma investigação da Capitania dos Portos. Nenhum
tripulante ficou ferido.
Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao
cais santista, está sendo monitorado por equipamentos que identificam objetos
submersos. Entre sexta e sábado (12), a via navegável teve que ser bloqueada. A
Marinha do Brasil emitiu uma alerta aos navegantes por causa das caixas
metálicas no mar.
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar,
pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que
caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se
romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região
costeira das cidades.
As autoridades ambiental e marítima informaram que ainda não
conseguem estimar a área total para onde os contêineres se espalharam.
Entretanto, permanecem monitorando a região costeira da Baixada Santista para
tentar identificar, localizar e mapear as outras 38 caixas que ainda podem
reflutuar.
Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem
contêineres que boiavam na barra de Santos. Entre os produtos recuperados,
estão eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário.
As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas na delegacia.
A maior parte dos flagrantes envolveu ocupantes de
embarcações nas proximidades da comunidade do bairro Santa Cruz dos Navegantes.
Outro grupo foi detido ao desembarcar na Praia do Guaiúba, ambos em Guarujá. O
policiamento também monitora a orla das demais cidades da região.
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