VLT de R$ 1 bi é o dano mais visível de corrupção no MT

Os efeitos da roubalheira no estado de Mato Grosso podem ser
vistos pelas ruas da capital, Cuiabá. O mais visível e revoltante deles é a
obra do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) projetado para funcionar na Copa do
Mundo de 2014, mas, até hoje, não passa de trechos inacabados de trilhos
enferrujados e tomados por lixo. Cerca de R$ 1 bilhão foram gastos na obra e
agora, para ser concluída, a empresa responsável quer receber mais R$ 1,2
bilhão, mais que o dobro do custo total orçado inicialmente para o VLT.

Projetado para ligar o aeroporto ao Centro de Cuiabá, o
corredor foi alvo, mês passado, de uma operação da Polícia Federal. Ele é um
dos símbolos do desperdício e da corrupção que houve em obras para a Copa no
país. A Operação Descarrilho apura os crimes de fraude, associação criminosa,
corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos
durante a escolha do modal do VLT e sua execução em Cuiabá, na gestão do
ex-governador Silval Barbosa.

Em delação premiada, ele confessou ter recebido propina da
empresa Mendes Júnior, investigada na Lava-Jato e que construiu o estádio Arena
Pantanal. Cerca de 3% do valor do contrato foram para o então governador.
Rachaduras nas paredes, infiltrações e piso quebrado são alguns dos problemas
do estádio que custou quase R$ 600 milhões. O governo do estado estima que para
terminar a obra precisará de mais de R$ 20 milhões.

Na saúde, a falta de dinheiro tem causado um caos no
atendimento. Nas redes sociais, pacientes divulgam vídeos de hospitais lotados,
macas pelos corredores e armários de medicamentos vazios. Na quinta-feira
passada, a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) anunciou que a dívida
do governo do estado com as prefeituras na área de saúde é superior a R$ 68
milhões. Repasses de recursos que deveriam ter sido feitos no ano passado ainda
não foram honrados.

 

TAQUES ACUSOU
ANTECESSOR

 

Quando assumiu, o atual governador Pedro Taques (PSDB)
acusou o antecessor de não ter deixado em caixa recursos suficientes para
cumprir com as despesas de início da gestão.

Por suspeita de fraude, um dos principais programas de
recuperação de estradas foi paralisado e agora, aos poucos, recomeça. Um
exemplo é a pavimentação da MT-100, uma das principais rodovias para escoamento
da produção agrícola do estado. Silval, em seu programa MT Integrado, prometeu
pavimentar boa parte da estrada, mas entregou o governo com apenas dois trechos
prontos.

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