As obras de modernização das nove estações da CPTM
(Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em cinco das sete cidades (São
Bernardo e Diadema não estão incluídas na malha ferroviária) seguem a passos
lentos. Na prática, apenas uma parada da Linha 10-Turquesa teve os trabalhos –
prometidos desde 2012 – iniciados, a Guapituba, em Mauá. Para agravar a já
complicada situação enfrentada diariamente por 181,4 mil usuários da região, o
Estado estendeu para 2020 o prazo para conclusão das melhorias de
acessibilidade em toda a Grande São Paulo.
O problema de infraestrutura das paradas da CPTM motivou a
assinatura de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a companhia estadual
e o MP (Ministério Público) em 2012. A promessa, naquela época, era de que
todas as 91 estações estariam modernizadas até 2014, o que não aconteceu. O
acordo foi renovado neste ano com a extensão do prazo para 2020.
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De acordo com a CPTM, o atraso é resultado de tentativas de
acordo junto ao governo federal para o custeio das reformas. Somente após
negativa da União, em dezembro, em incluir o projeto do Estado no PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, os trabalhos começaram a ser
executados, com recursos estaduais.
A promessa agora é de que uma leva de estações passe por
obras de modernização a cada semestre. A primeira a ser beneficiada na região é
a Guapituba, onde estão sendo implantados itens de acessibilidade, como
plataforma elevatória, rampas, pisos e mapas táteis, com investimento de R$
1,25 milhão. A expectativa é de que as melhorias sejam concluídas ainda neste
ano, porém, os trabalhos estão no início.
Ao longo da semana, a equipe do Diário visitou as nove
estações da CPTM na região e constatou que nenhuma delas possui itens que
facilitem a vida de usuários, como rampas de acesso, elevadores e até mesmo
piso em alto relevo. Com falhas estruturais que, em sua maioria, afrontam o
direito de ir e vir de quem tem mobilidade reduzida, as paradas ferroviárias
parecem ter parado no tempo.
“É direito meu acessar o serviço. Cabe aos responsáveis pelo
sistema oferecer mecanismos e condições básicas para que eu, por exemplo, que
fiz uma cirurgia não precise subir tantas escadas”, destaca a supervisora de
ensino Mara Torroglosa, 55 anos.
“Já vi várias vezes cadeirantes serem carregados por
seguranças por falta de rampa”, relata o recepcionista Rafael Lima da Silva,
27.
CRONOGRAMA
Ao fim do próximo semestre, o cronograma estadual prevê
conclusão das obras nas estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – R$ 2
milhões. Na última delas, também são esperadas intervenções na passagem em
nível para segregar a travessia de pedestres e de veículos (veja arte ao lado).
Falta de agentes
expõe falha na segurança da Linha 10
A falta de segurança em paradas da Linha 10-Turquesa da CPTM
(Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que interliga as estações Brás e
Rio Grande da Serra, também atrapalha a rotina dos passageiros que utilizam o
sistema diariamente no Grande ABC.
Com média de dois agentes de segurança por estação, sendo um
em cada plataforma, os bloqueios de acessos das paradas são facilmente
burlados. Exemplo pôde ser observado pela equipe do Diário na Estação Ribeirão
Pires, onde dois indivíduos, por volta das 16h, invadiram as dependências do
equipamento depois de pular as grades de segurança. Sem serem notados, os dois
entraram em uma composição sentido Estação Brás. Segundo passageiros, o
episódio é recorrente. A CPTM diz que a invasão “será analisada para adoção de
outras medidas de vedação”.
A falta de segurança se estende para as dependências das
paradas, onde há um ano cinco pessoas foram assaltadas na Estação Utinga, em
Santo André e um jovem de 20 anos foi baleado.
Sem manutenção,
paradas acumulam problemas de infraestrutura
Com manutenção periódica praticamente inexistente, as nove
estações da Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanas) espalhadas pela região expõem falhas estruturais. Problemas com
banheiros malconservados e buracos em plataformas são exemplos constatados pela
equipe do Diário.
Uma das situações mais críticas está na Estação Ribeirão
Pires, onde até há buraco no telhado de uma das plataformas. “Em dia de chuva,
todos nós ficamos molhados. Não tem como se proteger”, diz o torneiro mecânico
Roberto de Carvalho, 45 anos.
Repleta de cupins, a casa que abriga os banheiros da parada
ferroviária também é alvo de reclamações. “Além da madeira estar prestes a
cair, as condições higiênicas são horríveis”, diz a aposentada Ruth Lins da Silva,
62.
Em Rio Grande da Serra, o problema fica por conta do
fechamento de passarela, utilizada por usuários para fazer a travessia entre as
plataformas. Interditado há cerca de dois meses, o local sequer tem operários
trabalhando na sua reforma.
Na Estação Santo André, os problemas ficam por conta dos
desníveis observados nos piso das plataformas e nas recorrentes goteiras em
dias de chuva. “Sempre chove mais dentro do que fora”, afirma a vendedora
Jaqueline Gonzalves, 26.
Em nota, a CPTM destacou que realiza a manutenção periódica
das estações. No caso do buraco de Ribeirão Pires, os reparos serão concluídos
até o fim desta semana.
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