Mineradora perto do ‘piso’ para conversão mandatória

A Vale está próxima de transformar em mandatória a conversão
de ações preferenciais em ordinárias da companhia. Ontem a empresa divulgou o
mapa de voto a distância para a assembleia especial de preferencialistas,
prevista para hoje, que vai decidir sobre o tema. No total, 113.316.433 de
ações PN votaram por aprovar a conversão em ON, equivalente a 74% do piso
mínimo necessário.

Na primeira fase da conversão de ações PN em ON, encerrada
em agosto, houve adesão de quase 85% dos investidores. Ainda sobraram cerca de
15% de ações preferenciais da mineradora. Esses 15% equivalem a 307 milhões de
ações preferenciais. Para garantir a conversão mandatória de PN em ON, a
empresa precisa que 50% mais uma ação votem a favor da operação, o equivalente
a 153,5 milhões de ações. Significa que ainda falta garantir votos
representativos de cerca de 40 milhões de ações preferenciais considerando esse
“piso” de 153,5 milhões e os votos favoráveis à operação indicados
ontem.

Antes da assembleia especial de preferencialistas será
realizada na manhã de hoje uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Um dos
temas em pauta nessa assembleia é o direito que o ordinarista precisa dar ao
preferencialista remanescente de Vale para converter suas ações pela mesma
razão de troca fixada na operação encerrada em agosto. A relação de troca
proposta pela empresa se mantém igual à da primeira fase da operação, com uma
ação preferencial sendo trocada por 0,9342 ordinária, desconto de cerca de 7%.

Para que a assembleia especial se realize, será preciso
garantir que a relação de troca entre PN e ON seja aprovada primeiro na AGE.
Vencida essa etapa, os preferencialistas que votarem contra ou se abstiverem na
assembleia especial terão suas ações convertidas em ON de forma mandatória caso
a maioria decida a favor da operação.

O diretor de relações com investidores da Vale, André
Figueiredo, disse que, caso o quórum mínimo para a conversão mandatória seja
garantido na assembleia (os 153,5 milhões de ações), a migração da empresa para
o Novo Mercado da B3 começa ainda neste ano. Esse processo, porém, só deve ser
concluído em 2018, uma vez que há uma série de procedimentos legais a serem
cumpridos. A Vale chegou a fazer consulta à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), na semana passada, para reduzir o quórum qualificado na assembleia
especial de preferencialistas. Mas a autarquia entendeu que a empresa tem que
seguir o previsto na lei da S.A. e realizar três assembleias especiais para
tentar atingir o quórum mínimo necessário.

Ontem a Vale também divulgou o mapa de voto a distância para
outro dos temas em pauta na AGE, a eleição de dois conselheiros independentes
para o conselho de administração da companhia. O mapa indicou que os
investidores devem conseguir chamar uma eleição em separado dos controladores
para escolher um conselheiro independente na AGE. Outro conselheiro será
escolhido em eleição majoritária em que o acionista controlador tem o direito
de votar. Para chamar a eleição em separado, os acionistas precisam reunir 15%
das ações ordinárias ou 10% do capital social total, considerando ordinárias e
preferenciais. Os 15% de ONs equivalem a 735 milhões de ações.

Pelo voto a distância, Sandra Guerra, indicada pela
Aberdeen, recebeu votos que representam 612.117.240 ações. Marcelo Gasparino,
indicado por um grupo de 12 investidores brasileiros, teve votos representando
360.846.239 ações. A diferença entre os dois é de cerca de 251 milhões de
ações. Mas o ganhador só será conhecido na AGE com o voto dos investidores
presentes. Na eleição majoritária, Isabella Saboya, recebeu votos equivalentes
a 8.039.485 ações. E Ricardo Reisen recebeu votos equivalentes a 31.515.254
ações. A disputa entre eles também será decidida pelos acionistas na AGE.

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