A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contrariando
pedido da defesa de Michel Temer, defendeu o prosseguimento das investigações
no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o presidente em relação à edição de um
decreto que trata do setor portuário. Na manifestação encaminhada nesta
quinta-feira, 26, ao relator do inquérito, o ministro Luís Roberto Barroso,
Dodge destacou que há diligências (atividades da investigação) a cumprir.
A defesa do presidente Michel Temer havia informado ao STF
que contratos da Rodrimar foram analisados pela Secretaria Nacional dos Portos
e houve uma recomendação em parecer para que nem todos os contratos fossem
renovados. Com isso, os advogados pediam que Barroso reconsiderasse a decisão –
que autorizou a instauração do inquérito contra o presidente.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Após o ministro do STF pedir manifestação da
procuradora-geral sobre o caso, a procuradora-geral Raquel Dodge afirmou que a
fase de diligências do inquérito serve justamente para a elucidação dos fatos.
A instauração do inquérito, escreveu Raquel, é recente e as diligências
acabaram de ser requisitadas pela PGR.
Para a procuradora-geral, as diligências do inquérito são
necessárias para a formação do juízo de valor do Ministério Público, de modo a
apontar se será necessário pedir o arquivamento do caso ou oferecer denúncia.
“A fase inquisitorial tem como objetivo a completa elucidação dos fatos. Seu
resultado será a base da formação do juízo de convencimento do MPF, resultando,
ao final, em denúncia ou arquivamento”, disse Raquel Dodge, destacando que
todo e qualquer documento juntado pela defesa será avaliado no momento
oportuno.
“É imprescindível a realização das diligências iniciais
apontadas na manifestação com fito de esclarecer os fatos sob
investigação”, acrescentou.
O inquérito foi aberto por Barroso em agosto após pedido
feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, depois de análise de documentos
apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e
interceptações telefônicas do então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com
Temer tratando sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de
lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.
Nesta semana, Temer informou que vai responder por escrito
às perguntas que receber em relação ao inquérito.
Seja o primeiro a comentar