Depois de 40 dias com greve de funcionários, o Metrô do
Distrito Federal voltou a funcionar nesta terça-feira (19) em horário normal.
Às 6h40, em pleno horário de pico, todos os 24 trens estavam operando, com
todas as estações abertas. A espera entre coletivos chegava a sete minutos
durante a manhã.
A volta das atividades é em cumprimento a uma decisão do
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), que determinou na segunda
(18) o fim da greve no Metrô – usado por cerca de 160 mil passageiros todos os
dias.
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Apesar disso, a decisão também reconheceu a legalidade da
paralisação. Isso significa que os trabalhadores em greve não terão desconto na
folha, e que o Sindicato dos Metroviários não terá de pagar multa pelos dias
parados.
E, por maioria de votos, o TRT resolveu conceder o prazo de
90 dias ao Metrô para que promova as medidas de pagamento do reajuste devido na
convenção coletiva de trabalho, em 2015, e o prazo máximo de 12 meses para a
quitação do retroativo.
Mesmo com a volta do Metrô, as faixas exclusivas continuam
liberadas para circulação de carros durante esta terça. A fiscalização nessas
faixas será retomada a partir da 0h de quarta-feira.
Os funcionários que entraram em greve reivindicavam aumento
salarial e novas contratações por parte do governo do DF. Desde o dia 9 de
novembro, o Metrô funcionou com escala reduzida e chegou a parar por completo
em alguns dias. Para “compensar” a falta dos trens, o DFTrans colocou
ônibus extras em circulação.
Prejuízo da greve
A greve causou prejuízos de R$ 6,93 milhões durante o
primeiro mês, até o último dia 12 – um dado fornecido ao G1 pela própria
companhia. A administração estima que 50 mil pessoas deixaram de usar os
serviços todos os dias, que normalmente é acessado por 160 mil pessoas
diariamente.
Já o gasto com funcionários foi menor, uma vez que o Metrô
cortou o ponto dos funcionários grevistas. O Metrô informou que deixou de pagar
aproximadamente R$ 1 milhão por não trabalho. No mês passado, sem a greve, a
folha de pagamento alcançou R$ 8,9 milhões.
Procurado na última semana, o Sindicato dos Metroviários
disse lamentar o prejuízo, mas afirmou que ele foi causado pelo próprio
governo.
“Esse prejuízo sempre aconteceu porque, mesmo sem greve, as
catracas chegam a ser abertas já que não tem funcionário suficiente. Poderiam
ter resolvido esse problema antes contratando mais gente. Aí não perderam tanto
[dinheiro]”, declarou o Sindimetrô.
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