A Cargill
prevê ampliar seus investimentos no País em 2018. O montante pode chegar a R$
500 milhões, ante os R$ 400 milhões deste ano, se surgirem oportunidades para
maiores aportes da matriz, diz à coluna o presidente da empresa no Brasil, Luiz
Pretti. Parte do bolo vai para aquisições em todas as áreas de atuação da
Cargill por aqui, como a de nutrição animal, na qual pretende ser uma das
líderes nos próximos três anos. Outra parcela deve ir para a construção do
Terminal Exportador de Santos (TES), em consórcio com a Louis Dreyfus, no qual
a Cargill tem 40%. Haverá investimento também em pesquisa, novos produtos e
melhorias em fábricas. Nos últimos seis anos, a empresa investiu no País R$ 3,8
bilhões, grande parte aplicada em infraestrutura logística.
Rumo ao
Norte. A Cargill fecha 2017 com a estação de transbordo de cargas (ETC)
concluída em Miritituba, distrito paraense de Itaituba. Ali, a empresa tem
capacidade para movimentar 3 milhões de toneladas de soja e milho que chegam em
caminhões e seguem em barcaças, pelo Rio Santarém, até seu terminal no Porto de
Santarém (PA). Em 2017, 1,5 milhão de toneladas passaram pela ETC, que demandou
R$ 180 milhões em investimentos. Neste ano a empresa finalizou obras no porto
para permitir a movimentação de 5 milhões de toneladas de grãos ante a
capacidade atual de 2 milhões de toneladas.
Carteira
aberta. A trading planeja ainda emprestar mais recursos aos produtores rurais.
Em 2017, a carteira de crédito da Cargill somou R$ 2,4 bilhões e o plano,
segundo Luiz Pretti, é elevar em 20% este valor em 2018. “Gostaria de aumentar
não só o tamanho de carteira como o número de produtores atendidos”, conta.
Agricultores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, oeste da Bahia e
Paraná, incluindo cooperativas do Estado, devem ser beneficiados.
Buraco
negro. O Ministério da Agricultura está discutindo como dar mais segurança a
revendas agropecuárias, empresas de defensivos e tradings na concessão de
crédito a produtores. É comum esses agentes adiantarem insumos a agricultores
antes do plantio e receber o pagamento na colheita. Como garantia, produtores
entregam CPRs (Cédulas de Produto Rural), documento normalmente não registrado
em cartório e que traz apenas a descrição da produção devida. “Isso gera
insegurança porque o produtor, eventualmente, pode emitir CPRs equivalentes a
uma produção acima de sua capacidade”, diz Célio Porto, coordenador técnico da
Comissão de Política Agrícola do Instituto Pensar Agro, que participa do
debate.
Transparência.
O governo e o setor produtivo trabalham em um projeto de lei para mudar a
legislação sobre CPRs. A intenção é fazer com que o registro do documento seja
obrigatório para uma eventual execução judicial de dívidas. Ainda se discute se
o procedimento será físico (em cartório), eletrônico (possivelmente na Cetip)
ou ambos. A preferência do mercado é de que seja eletrônico, o que facilitaria
a quem concede crédito conhecer o nível de endividamento dos produtores.
Otimismo. O
presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araujo, está otimista quanto ao
interesse de empresas pelo desenvolvimento de estudos técnicos e de viabilidade
econômica e financeira da expansão da ferrovia, que cruza o território
paranaense. Segundo ele, a busca por dados do Procedimento de Manifestação de
Interesse, no site da Ferroeste, está acima do esperado. Os dados são necessários
para interessados elaborarem suas propostas.
Bombou.
Araujo diz que, na reunião de apresentação do plano, realizada em São Paulo no
fim de novembro, 140 pessoas estiveram presentes, entre elas secretários de
Estado, cônsules de mais de cinco países e empresas interessadas.
Leiteiras. O
diretor-geral de uma das maiores cooperativas de leite da Índia, a Apex
Organisation of the Dairy Cooperatives of Gujarat ou Amul, esteve no Brasil
para conhecer bovinos da raça leiteira gir. Rupinder Singh Sodhi visitou as
fazendas Mutum e Coqueiro & Barreiro, em Goiás, próximo a Brasília, com o
presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e
diretor-geral da CRI Genética Brasil, Sérgio Saud. Na foto, a partir da
esquerda, Leo Machado, proprietário da Fazenda Mutum; Bruno Scarpa Nilo,
gerente de produto leite da CRI Genética e Sodhi.
Genética. A
Eldorado Brasil começou a produzir em Andradina (SP) clones de eucalipto que
podem atingir produtividade média 16% superior à dos utilizados atualmente,
desenvolvidos pelo programa de melhoramento genético da companhia. A meta da
empresa é até 2023 cultivar apenas clones selecionados por meio do programa.
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