Integração do modal ferroviário dará lucratividade a produção de MS

A Ferrovia TransAmericana vai integrar as economias do
Brasil e da Bolívia passando por Mato Grosso do Sul e garantir o transporte de
até 20 milhões de toneladas de carga para exportação. A primeira fase do
projeto vai ligar o Porto de Santos a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia,
passando por Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas. Quando estiver concluído, vai
permitir a ligação com o oceano Pacífico, permitindo o transporte de até 35
milhões de toneladas em commodities para a exportação. O benefício será a
economia de mais de 20 dias no transporte marítimo dos produtos para a Ásia,
por exemplo, principais compradores do que é exportado por Mato Grosso do Sul.

A apresentação feita nesta terça-feira (19) pelo coordenador
do Projeto Ferrovia TransAmericana, Daniel Rossi e o evento contará com a
presença do ministro do Itamaraty, João Carlos Parkinson de Castro.

O projeto está sendo garantido por um consórcio formado por
empresas que dependem do modal e estão interessadas em operá-lo após o término
do contrato com a Rumo ALL, conectando a Malha Oeste à Ferroviária Oriental na
Bolívia e sua possível conexão com a Ferroviária Andina, ligada aos portos do
Oceano Pacífico. As commodities vão chegar mais rápido a países como a China,
que é responsável por 55% do vendido pelo Estado para a Ásia.

O projeto reúne empresas pela Rumo – Malha Oeste,
Ferroviária Oriental (Bolívia), Ferroviária Andina (Bolívia), Transfesa, MP
Trade (China/Brasil) e a empresa Hub Intermodal Três Lagoas. Falando dos
benefícios para a economia, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), lembrou da
importância de se garantir competitividade aos produtos brasileiros. “Os
produtores dos Estados não gastam mais que 250 km com frete rodoviário para
estar perto de uma hidrovia ou uma ferrovia”, comparou o chefe do Executivo,
exemplificando com as diferenças de custo e as perdas sofridas pelo setor no
transportes.

“Pela primeira vez a gente tem algo bem desenhado, numa
conexão que encurta de 20 a 25 dias o tempo que a nossa carga leva para se
conectar aos países asiáticos, que representam 50% das nossas exportações”,
detalhou. Com o encurtamento de 20 mil km de distância no trajeto marítimo,
aumenta a competitividade da produção de grãos, celulose, carne e todos os
demais produtos do Estado, além de diminuir o custo das importações.

“Vamos caminhar 1,5 mil quilômetros em ferrovias, mas vamos
ganhar 20 mil de frete marítimo”, reforçou o governador. Ele destacou ainda que
o estudo de viabilidade do projeto já foi feito e a demanda de cargas do Estado
contribuiu para atrair investidores. O próximo passo é o pedido à Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para ampliação da concessão da
empresa Rumo, que opera a malha oeste do Estado. No processo, será incluído o
consórcio que contempla as demais investidoras do projeto. “Não tenho dúvida de
que teremos uma ferrovia competitiva passando por MS”, adiantou o governador.

Ministro do Itamaraty, João Carlos Parkinson de Castro, é o
responsável pela intermediação entre os países para garantir a elaboração de um
modelo alfandegário único, que garantir maior facilidade na liberação das
cargas entre as fronteiras de Brasil, Bolívia e Chile. Rossi explica que já que
a demanda está garantida para a ferrovia TransAmericana, apoiada no transporte
da cadeia produtiva de carne, celulose, minério de ferro, combustíveis e uréia.

“Uma das etapas importantes para o andamento do projeto já
foi vencida. A garantia de renovação da concessão da administração da Malha
Oeste Ferroviária para a Rumo ALL, que é participante do consórcio”, detalhou.
O contrato de concessão será ainda usado como garantia para a atração de
investidores de fundos internacionais. Um grupo alemão integra a operação.
“Eles também estão interessados em fazer a gestão da ferrovia”, adiantou.

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