Investimento disseminado indica aceleração do PIB

Apesar
de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre ter
ficado abaixo das expectativas, os números trouxeram boas notícias quanto às
perspectivas de retomada da economia brasileira. A expansão, por exemplo, de
1,6% do investimento não foi um evento atípico, mas um aumento disseminado
entre os diversos setores da economia.

Após 15
trimestres de queda, os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital
Fixo, começaram a responder à recuperação cíclica da economia, comandada inicialmente
pelo consumo das famílias, que cresceu 1,2% em relação ao trimestre anterior. A
economista Sílvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro
de Economia (FGV), calcula que, nesses 15 trimestres, o investimento acumulou
retração de 30%.

Sílvia
destaca o aumento das importações e da produção interna de bens de capital
(máquinas e equipamentos) como representativos da retomada dos investimentos.
Já a construção, segmento de maior peso na taxa de investimento (53%),
apresentou retração de 4,7% no terceiro trimestre, embora tenha havido melhora
nos insumos, dado que antecede a retomada do setor.

A reação
dos investimentos depois de longo período é uma boa notícia, mas não se espera
comportamento excepcional em 2018. Sílvia Matos estima avanço de 3,5% do
investimento no próximo ano, mas o setor de construção civil tende a continuar
fraco, a depender das incertezas político-eleitorais.

Os
investimentos em infraestrutura crescerão em 2018. Gastos em energia elétrica,
telecomunicações, saneamento e transportes devem somar R$ 101,5 bilhões,
expansão real de 7,9% em relação a este ano, segundo cálculos de Cláudio
Frischtak, da Inter. B Consultoria. Em 2017, eles foram de 1,37% do PIB, o
menor valor desde 1970.

 

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