Com menos dias de funcionamento, o Metrô do Distrito Federal
falhou mais de janeiro a novembro de 2017 do que em todo o ano de 2016. Um
relatório obtido pelo G1 revela que o número de “incidentes notáveis”
– quando os vagões param por mais de 15 minutos em horário de pico, ou 20
minutos em horário normal – aumentou 26,7% em relação ao ano passado.
Ao mesmo tempo, o investimento em manutenção caiu quase pela
metade nos últimos anos. Em 2014, o valor gasto foi de R$ 87,7 milhões e houve
40 falhas. Em 2015, com um investimento de R$ 100,2 milhões, foram 48 falhas.
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Em 2016, o recurso caiu quase pela metade em relação ao ano
anterior. Foram R$ 51 milhões e 56 falhas. Já de janeiro a novembro de 2017, o
valor investido foi de R$ 41,1 milhões e os trens pararam 71 vezes.
O diretor de operação e manutenção do Metrô-DF, Carlos
Alexandre, nega que os investimentos na manutenção do Metrô tenham diminuído.
Ele afirma que a empresa apenas reduziu “o custeio em manutenção”.
“O que mudou
foi que os projetos de manutenção estão a cargo da equipe técnica do Metrô e
não mais das empresas terceirizadas”.
Alexandre entende que essa redução é benéfica para o Metrô e
para o Estado. “A qualidade do serviço não mudou. É a mesma equipe”,
diz ele.
As principais falhas em 2017 foram:
1. Problemas no
trem: 37 falhas
2. Problemas com
Sinalização e controle de tráfego: 23 falhas
3. Erro Humano: 6
falhas
O diretor de operação e manutenção do Metrô atribui o
aumento de falhas notáveis ao “sistema de comunicação obsoleto” dos
vagões. De acordo com ele, a central demora mais para corrigir as falhas por
não ser “notificada de possíveis erros”.
“Esses sistemas não causam a falha, mas a prolongam. As
falhas gerais diminuíram, na verdade, o que aumentou foi o tempo pra corrigir
os problemas.”
Alexandre afirma que o Metrô investiu R$ 19,2 milhões na
modernizações de quatro sistemas de comunicação, que devem estar funcionando
até maio de 2018. “Assim que eles forem implementados, o número de falhas
notáveis vai diminuir”, afirmou.
Preço das passagens
Desde 2 de janeiro deste ano, a passagem do metrô custa R$ 5
no Distrito Federal. A tarifa subiu R$ 1 no primeiro dia útil de 2017, valor
que corresponde a uma alta de 25%. O governo disse na época que o reajuste foi
necessário para continuar custeando a gratuidade de estudantes e pessoas com
deficiência. A mudança causou protestos de passageiros.
Greve
Durante o ano de 2017, os metroviários do DF cruzaram os
braços por 40 dias. Eles reivindicavam aumento salarial e novas contratações. A
greve que começou no dia 9 de novembro só terminou no último dia 19.
O retorno ao trabalho foi em cumprimento a uma decisão do
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), que determinou na segunda
(18) o fim da greve no Metrô. Cerca de 160 mil pessoas usam o transporte todo o
dia no DF.
A greve causou prejuízos de R$ 6,93 milhões durante o
primeiro mês, até o último dia 12 – dado fornecido ao G1 pela própria empresa.
A administração estima que 50 mil pessoas deixaram de usar os serviços todos os
dias.
Já o gasto com funcionários foi menor, uma vez que o Metrô
cortou o ponto dos servidores. Segundo a empresa, o governo deixou de pagar
aproximadamente R$ 1 milhão por não trabalho. No mês passado, sem a greve, a
folha de pagamento alcançou R$ 8,9 milhões.
Procurado na última semana, o Sindicato dos Metroviários
disse lamentar o prejuízo, mas afirmou que ele foi causado pelo próprio
governo.
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