A fase das audiências públicas sobre a construção da
Ferrogrão, que ligará Sinop (MT) a Miritituba (PA), teria se encerrado na
última terça (12), em Brasília. Uma solicitação das comunidades em que o modal
deve passar no estado do Pará, no entanto, fez com que novos encontros entre o
Governo Federal e a sociedade civil sejam marcados para o próximo ano.
Ainda sem datas definidas, os municípios de Itaituba, Novo
Progresso e Trairão receberão as audiências públicas. A confirmação foi
possível após indígenas das regiões citadas e a população daqueles locais
protestarem. Na Capital Federal, inclusive, os manifestantes chegaram a impedir
o início da audiência.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
“Eles não são contra a Ferrogrão, porém o que esses grupos
estão buscando é aproveitar a discussão sobre a ferrovia e tratar sobre
questões fundiárias que não foram regularizadas em seus municípios. A decisão
de debater in loco foi importante porque obviamente reflete nos próximos passos
relativos à construção do modal”, afirma o diretor executivo do Movimento Pró-Logística,
Edeon Vaz Ferreira.
Após as audiências no Pará, o próximo passo relativo à
Ferrogrão será enviar o edital de licitação ao Tribunal de contas da União
(TCU) e após sua anuência a licitação. Uma das etapas mais esperadas e
demoradas, a desafetação do Parque Nacional do Jamanxin, já foi realizada.
“Trabalhando dentro do cronograma pré-estabelecido anteriormente, a nossa
expectativa é que a Ferrogrão seja finalizada e esteja em funcionamento em
2025”, completa Ferreira.
Importante para o escoamento de grãos de Mato Grosso, a construção
da Ferrogrão é vista como mais uma opção aos produtores rurais. “A Ferrogrão é
importantíssima. Hoje nós contamos com a BR-163 no trecho em questão e sabemos
que é uma rodovia que não suportará o volume de cargas em um futuro breve.
Tínhamos, então, duas opões: ou duplicávamos a BR-163 ou construíamos a
ferrovia. Avaliando que a duplicação do modal rodoviário traria uma concessão
e, portanto, outro custo, a Ferrogrão se torna fundamental”, avalia o diretor
do Movimento Pró-Logística.
Seja o primeiro a comentar