Temer se reúne com Evo Morales, e Brasil e Bolívia assinam dois atos de cooperação

Em visita oficial ao Brasil, o presidente da
Bolívia, Evo Morales, foi recebido nesta terça-feira (5) pelo presidente Michel
Temer no Palácio do Planalto. Após uma reunião, que teve a presença dos
presidentes e de ministros dos dois países, Brasil e Bolívia assinaram dois
atos.

Os dois governos firmaram um memorando de
entendimento, entre os ministérios dos Transportes do Brasil e de Obras
Públicas da Bolívia, a respeito do corredor ferroviário bioceânico. O
empreendimento prevê a ligação ferroviária entre Brasil, Bolívia e Peru, indo
do Oceano Atlântico ao Pacífico.

Segundo a assessoria do Planalto, o memorando tem a
intenção de “criar condições para incremento do tráfego ferroviário entre o
Brasil e a Bolívia, bem como estabelecer bases para o pleno aproveitamento da
infraestrutura no projeto”.

Presidente da Bolívia Evo Morales se encontra com
Michel Temer

Também foi assinado um acordo de cooperação policial
entre o Ministério da Justiça do Brasil e o Ministério de Governo da Bolívia no
combate ao crime organizado transnacional e outros crimes, como terrorismo,
roubo de veículos, lavagem de dinheiro, crimes cibernéticos, outros delitos
comuns de fronteira e tráfico de pessoas, drogas e de armas de fogo.

Evo chegou ao Planalto no final da manhã, passou em
revista as tropas militares, subiu a rampa do palácio e posou para fotos ao
lado de Temer. Depois do encontro bilateral e da assinatura dos atos, ele e
Temer seguiram para um almoço no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das
Relações Exteriores.

A visita de Evo Morales ao Brasil teve de ser
cancelada duas vezes em razão das cirurgias pelas quais Temer passou
recentemente. Em outubro, Temer realizou uma cirurgia na próstata e em novembro
passou por uma angioplastia de três artérias coronárias.

Aliado dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva
e Dilma Rousseff, Evo foi um dos principais críticos do impeachment de Dilma
entre os líderes de países sul-americanos.

O presidente boliviano chamou o processo de “golpe”
mais de uma vez. Quando Dilma foi afastada pelo Senado em 2016, por exemplo,
Evo escreveu em sua conta no Twitter que o processo de impeachment era um
“golpe”.

Encerradas as agendas no Planalto e Itamaraty, Evo
afirmou pelo Twitter que estava “honrado” por visitar o Brasil. Na
mesma mensagem, o presidente boliviano chamou Temer de “irmão”. Ele
utilizou o mesmo termo para se referir ao ex-presidente Lula em outubro, quando
o petista completou 72 anos.

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