Depois
de semanas de impasse, as negociações do acordo comercial Mercosul-União
Europeia avançaram nos últimos dias. Os europeus indicaram que vão apresentar
uma oferta melhorada para o comércio de carne e etanol, que hoje são o
principal ponto de divergência entre os dois blocos. A informação é de fonte
próxima à negociação.
A
proposta europeia deverá ser feita em reuniões paralelas à reunião ministerial
da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começa no próximo dia 10, na
Argentina. Otimistas, diplomatas já trabalham com a hipótese de assinatura de
um pré-acordo entre os blocos no mesmo evento. Se isso for confirmado, será o
fim de um longo e complicado processo de negociação que se arrastou durante
duas décadas.
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O
movimento mais importante que permitiu o avanço foi dos europeus: a indicação
de oferta melhorada de acesso ao mercado com maiores volumes para carne e
etanol do Mercosul com tarifa de importação reduzida. A antiga proposta
rechaçada pelos sul-americanos previa 70 mil toneladas de carne e 600 mil
toneladas de etanol.
Com o
movimento europeu, um dos negociadores do Mercosul avalia que a chance de
sucesso do acordo subiu para 70%, de 40% uma semana antes. Uma vez assinado o
pré-acordo, ou “acordo político”, as negociações atingem um ponto irreversível.
Modelo semelhante foi usado por Bruxelas nas negociações com o Japão em julho,
quando as partes chegaram a um acordo de princípio sobre o livre comércio.
Se a
agricultura é tema de preocupação dos europeus, a indústria e os serviços são
temas sensíveis ao Mercosul e alguns setores já reagem. Em carta enviada a
ministros, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)
pede maior clareza em relação à proposta dos europeus e diz que a “indústria
brasileira não pode ser oferecida como moeda de troca” para o acesso àquele
mercado.
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