Sul-mato-grossenses e bolivianos querem “dupla nacionalidade” do transporte ferroviário

Autoridades sul-mato-grossenses e
bolivianas trabalham para garantir a “dupla nacionalidade” do transporte
ferroviário de carga, garantindo que trens transitem no território dos dois
países. A permissão faz parte do projeto de integração da chamada ferrovia
TransAmericana. O consórcio formado pelo governo do Estado, a Rumo-ALL e
investidores internacionais finalizou o projeto da Ferrovia TransAmericana, que
vai integrar as economias do Brasil e da Bolívia, passando por Mato Grosso do
Sul, e garantir o transporte de até 20 milhões de toneladas de carga para
exportação. 

A primeira fase do projeto vai ligar o
Porto de Santos a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, passando por Corumbá,
Campo Grande e Três Lagoas. De acordo com secretário da Semagro, Jaime Verruck,
o foco agora é garantir que trens bolivianos possam fazer o transporte de uréia
até Campo Grande.

“A ferrovia já está operacional. A
gente faz esse transporte três vezes por semana, mas, na verdade, com o
transbordo em Corumbá”, explicou Verruck, em entrevista à reportagem do Capital
News, nesta terça-feira (30). Em vez de fazer o transbordo na região do
Pantanal, o insumo poderá ser trazido direto para Capital. A nova unidade da
Coamo em Sidrolândia está entre os potenciais compradores da uréia produzida na
Bolívia e o Estado deve ganhar com a arrecadação de Imposto sobre a Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Quando estiver concluída, a ferrovia
TransAmerciana vai permitir a ligação com o oceano Pacífico, garantindo o
transporte de até 35 milhões de toneladas em commodities para a exportação. O
benefício será a economia de mais de 20 dias no transporte marítimo dos
produtos para países da Ásia, por exemplo, principais compradores do que é
exportado por Mato Grosso do Sul.

Verruck detalhou ainda que já foi
feito o pedido de prorrogação do tempo de concessão da Malha Oeste para
Rumo-ALL e integra o consórcio que vai gerir o projeto de integração. “O
contrato em vigor hoje tem mais 11 anos e nós pedimos, no âmbito da ANTT
[Agência Nacional de Transportes Terrestres], para mais 30 anos. Porque, com 11
anos, nós não conseguimos atrair investidores”, acrescentou. O consórcio
precisa de investidores para garantir melhorias na malha ferroviária já
existente para a construção dos trechos que vão garantir a ligação com o oceano
Pacífico.

O projeto finalizado está sendo
apresentado aos investidores e, até agora, há a indicação é a de que os aportes
contem com capital alemão e chinês. A colaboração para o desenvolvimento de
Brasil e Bolívia contam com o aval de tratado assinado pelos presidentes dos
dois países, Evo Morales e Michel Temer.

A operação da TransAmericana reúne
empresas como a Rumo-ALL – dona da concessão da Malha Oeste, Ferroviária
Oriental (Bolívia), Ferroviária Andina (Bolívia), Transfesa, MP Trade
(China/Brasil) e o Hub Intermodal Três Lagoas. O contrato de concessão será
ainda usado como garantia para a atração de investidores de fundos
internacionais.

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