O governo federal autorizou a Trensurb
a reajustar o valor da passagem unitária do trem de R$ 1,70 para R$ 3,30, um
aumento de 94%. A nova tarifa passa a vigorar a partir deste sábado (3). O
valor da passagem estava congelado desde 2008.
De acordo com a Trensurb, as despesas
da empresa, nos últimos anos, cresceram em função da expansão do sistema até
Novo Hamburgo, agregando cinco novas estações e 9,3 quilômetros de linha,
aumentando as despesas de funcionamento enquanto a tarifa manteve-se defasada.
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Além disso, os custos de operação e
manutenção dos trens cresceram, particularmente os gastos com a energia
elétrica de tração, que aumentaram mais de 100% de 2007 a 2017, ainda segundo a
empresa.
A Trensurb diz que, mesmo com cortes
de despesas, incluindo a terceirização de atividades de manutenção e a
renegociação de contratos até as últimas possibilidades, não foi possível
evitar o aumento.
O reajuste foi autorizado pelos
ministérios das Cidades e do Planejamento, e referendado por seu Conselho de
Administração.
Mesmo com o novo valor, a tarifa segue
sendo a mais baixa entre os meios de transporte metropolitanos para se
transitar entre os seis municípios atendidos: Porto Alegre, Canoas, Esteio,
Sapucaia, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Em 2017, a Trensurb transportou
55.056.632 usuários, o que equivale a uma média de 4.588.052 passageiros
mensais. Durante o ano passado, a média de usuários transportados por dia útil
foi de 185.015.
Para sindicato, aumento é absurdo
O Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Transportes Metroviários e Conexas (Sindimetrô/RS) diz que o
aumento é absurdo e abusivo.
“Nada justifica na atual
conjuntura um absurdo aumento de 94% no valor da tarifa do trem metropolitano,
quando a inflação no período foi de 75%”, destaca a nota.
“O aumento é abusivo, pois não
leva em conta a grave crise de emprego enfrentada pelo país. São mais de 14
milhões de desempregados. Pessoas que diariamente se deslocam nas regiões
metropolitanas atrás de novas oportunidades de trabalho. O preço acessível praticado
pela Trensurb era um dos poucos serviços em que o trabalhador recebia o retorno
do seu imposto”, segue o texto.
O sindicato também critica o serviço
oferecido aos usuários de trem. “Está cada vez mais precarizado”, diz
a nota. “Os banheiros públicos da ampla maioria das estações estão
fechados por falta de manutenção”, acrescenta.
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