Maior volume e corte de custos reduzem prejuízo da Rumo

A Rumo, empresa de transporte
ferroviário e logística portuária, reduziu o prejuízo em 2017 em 75,69%, para
R$ 258,4 milhões, sobretudo devido ao aumento do volume transportado e redução
de custos.

No último trimestre de 2017, sobre a
mesma base do ano anterior, o prejuízo também caiu. Saiu de um resultado
negativo pró-forma (que somam os resultados da Rumo ao da Rumo Logística,
empresa resultante da incorporação reversa feita em 31 de dezembro de 2016) de
R$ 456,9 milhões para R$ 57,4 milhões, ainda negativo, variação de 87,4%.

A receita líquida em 2017 aumentou
38%, para R$ 5,9 bilhões. Comparado ao último trimestre ao mesmo período de
2016, também houve aumento. A receita cresceu 56,9%, para R$ 1,59 bilhão.

O lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 35,9%, para R$ 2,7 bilhões. No
trimestre, mais que dobrou, para R$ 730 milhões. A empresa projeta Ebitda para
este ano entre R$ 3 bilhões e R$ 3,25 bilhões. Os investimentos devem variar de
R$ 1,9 bilhão a R$ 2,1 bilhões.

A Rumo reduziu a alavancagem (medida
pela relação entre dívida líquida e Ebitda) de 4 vezes para 2,6 vezes entre o
terceiro e quarto trimestres do ano. Isso se deveu ao crescimento no Ebitda e
ao aumento de capital no valor de R$ 2,6 bilhões, em outubro.

“Isso nos dá uma nova
perspectiva”, disse ao Valor o presidente da Rumo, Julio Fontana Neto. O
objetivo da empresa é manter a alavancagem entre 2 vezes e 2,5 vezes. Depois da
capitalização, houve a reestruturação de R$ 1,2 bilhão de dívidas, com redução
dos juros. A empresa trocou basicamente dívida cara por barata. Em janeiro, realizou
uma nova emissão de títulos de dívida no exterior, no valor total de US$ 500
milhões.

“Estamos hoje com caixa adequado
para os investimentos que temos de fazer”, disse o executivo. Contribuiu
para isso a redução do endividamento líquido em 24,2%, para R$ 7,1 bilhões no
quarto trimestre. No fim do quarto trimestre o caixa e equivalentes da Rumo
ficou em R$ 3,4 bilhões.

O volume transportado pelas ferrovias
operadas pela empresa no quarto trimestre cresceram 79%, atingindo 13,3 bilhões
de TKUs (tonelada por quilômetro útil). O aumento da capacidade de transporte
gerou ganhos de produtividade e permitiu que a empresa atingisse recordes
operacionais durante o ano. Com mais capacidade, buscou volumes sobretudo para
as malhas Norte e Sul.

De acordo com Fontana, o principal
objetivo agora é chegar ao ano de 2020 com a frota de trens de 120 vagões na
Operação Norte (Malha Norte, Malha Paulista e operação portuária em Santos).
Hoje os trens têm 80 vagões. “Aí vamos dar um salto de produtividade e
eficiência.”

Dos R$ 10,5 bilhões a serem investidos
até 2020, 60% foram realizados desde 2015, quando assumiu a ALL.
Aproximadamente R$ 6 bilhões foram destinados sobretudo a material rodante e
via permanente.

O resultado do trimestre foi
beneficiado pela demanda por transporte de grãos – negócio mais rentável da
companhia -, visto que as safras de soja e milho estenderam as exportações até
o fim do ano.

Fontana disse que os trâmites para
assinatura da prorrogação antecipada da concessão da Malha Paulista, principal corredor
da Rumo e que deságua em Santos, estão bem encaminhados. “Já fizemos todos
os trâmites burocráticos.”

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