Vale reorganiza área de metais de olho na demanda do carro elétrico

A área de metais da Vale está passando
por uma reorganização em sua estrutura, incluindo processos e pessoas. O
objetivo é preparar-se para um cenário de maior demanda por níquel de alta
qualidade no futuro, o que se vincula ao desenvolvimento dos carros elétricos.
A Vale tem qualidade no níquel, especialmente em Sudbury, no Canadá, comparável
ao minério de ferro de Carajás, no Pará. Mas o problema hoje é que a mineradora
vende parte de seu níquel de alta qualidade para o mercado de aço inox, sem
receber “prêmios” sobre os preços de referência da London Metal
Exchange (LME).

Essa situação é resultante da realidade
de mercado. Hoje mais de dois terços da demanda de níquel no mundo vem da
indústria de aço inox, segmento que não precisa necessariamente de materias de
alta qualidade e elevado grau de pureza. Mas tendo a maior parcela de seu
portfólio em produtos premium, a Vale termina vendendo parte de sua produção de
níquel de alta qualidade para produção de aço inox, sem ser adequadamente
remunerada. Apesar das dificuldades, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman,
diz ver “excelentes” perspectivas para o negócio de metais básicos. O
otimismo passa por fornecer níquel para baterias de carros elétricos.

“O trabalho que estamos fazendo é a
integração da área de metais à Vale”, disse Schvartsman ao Valor. Ele
afirmou que a área de metais era “independente” da Vale e, por
consequência, o poder de gestão da empresa sobre esse negócio era reduzido.
“Estamos nos aproximando dessa operação”, afirmou. Dentro dessa
estratégia não “O trabalho que estamos fazendo é a integração da área de
metais à Vale”, disse Schvartsman ao Valor. Ele afirmou que a área de
metais era “independente” da Vale e, por consequência, o poder de
gestão da empresa sobre esse negócio era reduzido. “Estamos nos
aproximando dessa operação”, afirmou. Dentro dessa estratégia não faz
sentido, diz Schvartsman, atrair sócios para o negócio de metais, movimento que
a Vale já tentou fazer em anos recentes. O que a empresa continua a perseguir é
vender uma parte da Vale Nova Caledônia (VNC), produtora de níquel na Oceania,
um processo que deve ter um desfecho até o fim do ano. A VNC é uma operação
complexa, que gerou perdas para a Vale no passado recente e agora a companhia
terá que definir sobre a continuidade dessa operação.

Eduardo Bartolomeo, diretor-executivo de
metais da Vale, disse que a empresa tem o melhor produto da indústria de
níquel. “Precisamos preparar o ‘cavalo’ para ganhar a corrida quando o
mercado vier para nós de forma positiva, o que imaginamos vá acontecer”,
disse Bartolomeo, ontem, em teleconferência com analistas. Ele assumiu a
operação de metais da Vale, no Canadá, há quatro meses e já tem o diagnóstico
da operação.

No primeiro trimestre, o negócio de
metais representou 16% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda) da Vale e a meta é fazer o segmento elevar esse índice
para 30% em dois anos. Em termos nominais, a área de metais foi responsável por
um Ebitda de US$ 644 milhões de janeiro a março, acima dos US$ 442 milhoes do
mesmo período do ano passado. No total, a Vale vendeu 58 mil toneladas de
níquel no primeiro trimestre de 2018, abaixo das 72 mil toneladas do mesmo
período de 2017. A queda foi motivada pela “otimização” da produção,
acúmulo de estoques e parada para manutenção de algumas minas.

Bartolomeo disse que a Vale não está
satisfeita com os preços atuais do níquel. No primeiro trimestre, os preços da
commodity na LME, em Londres, ficaram, em média, em US$ 13,2 mil por tonelada,
acima dos US$ 11,5 mil por tonelada do quarto trimestre de 2017. “Nossa
estratégia é gerenciar fornecimento e acompanhar curvas de preço, capturando
prêmios para nosso produto, que é especial.”

 

– Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/5487099/vale-reorganiza-area-de-metais-de-olho-na-demanda-do-carro-elétrico


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