Empresas vão à Justiça para garantir circulação em ferrovia e terminais

Algumas
horas antes do fim da greve dos caminhoneiros, empresas obtiveram liminar na
Justiça para garantir que não ocorresse obstrução em ferrovia e na entrada de
caminhões das companhias nos terminais portuários.

Foram
ao menos quatro as companhias que recorreram à Justiça: Rumo Logística, Santos
Brasil, Brasil Terminal Portuário (BTP) e Terminal 39.

A
Rumo Logística informou por meio de sua assessoria que não ocorreu bloqueio nos
12 kms de sua linha, que liga Santos ao Terminal de Rondonópolis (MT), onde a
empresa tem um pátio de triagem com capacidade para mil caminhões por dia.

Sem a
chegada do transporte de grãos, as companhias escoavam só o que tinham
armazenado. Alguns acessos foram bloqueados.

A
Santos Brasil e a BTP também conseguiram liminares entre quarta-feira (23) e
quinta (24) para que manifestantes não bloqueassem o livre trânsito de
caminhões com combustível destinado a abastecer seus terminais.

Até o
início da noite desta quinta-feira, porém, liminares não tinham surtido efeito
e grevistas continuavam a bloquear o acesso a alguns terminais, segundo a
coluna apurou.

Um
executivo de uma distribuidora de alimentos disse que um cliente, uma empresa
de bebidas, também obtivera liminar para assegurar a circulação, mas que
preferiu parar o trabalho, por razões de segurança.

 

Ações
de indenização

 

Companhias
já preparavam ações indenizatórias para serem protocoladas no futuro —algumas
delas contra indivíduos que fizeram bloqueios, segundo advogados.

 

“Pessoas
que cometeram certos atos, como usar armas brancas para impedir o acesso a
portos, devem ser responsabilizadas. A greve é legítima, mas isso extrapola o
direito”, diz Maria Helena Bragaglia, sócia do Demarest.

 

Logística

 A
greve pode prejudicar a maior feira de máquinas para obras, que ocorre em
junho. Os tratores a ser expostos seriam transportados a partir desta sexta
(25).

 

Perda

 Cerca
de 10 mil toneladas de peixes podem apodrecer se não chegarem ao destino na
sexta, diz a Abipesca.

 

Lixo… 

Mesmo
com o fim da greve, os serviços de limpeza urbana podem ser afetados, porque o
abastecimento de combustível pode demorar para ser normalizado.

 

…acumulado

 Empresas
do ramo têm operado com menor frota para economizar diesel, diz a Abrelpe (do
setor).

 

Em
SP, efeito da paralisação se agravaria nesta sexta-feira (25)

Os
efeitos das paralisações no abastecimento de gasolina, álcool e diesel deveriam
atingir seu ápice em São Paulo nesta sexta-feira (25), segundo um executivo de
uma distribuidora de combustíveis.

O Rio
de Janeiro teve seu pior dia na quinta (24), afirma.

As
empresas do setor conseguiram negociar para atravessar os bloqueios, e os
postos que ficam mais próximos às refinarias serão os primeiros beneficiados,
diz.

Essas
são as duas cidades que mais sofreriam com uma eventual continuidade da greve
dos caminhoneiros.

As
distribuidoras são a parte intermediária da cadeia: elas compram das refinarias
e vendem aos postos.

Zerar
PIS e Cofins do diesel é a solução imediata para a crise, mas, no futuro, será
preciso uniformizar a cobrança do ICMS e criar um mecanismo para que a alíquota
baixe se o preço do combustível subir, afirma o executivo.

 

Casa
nova, mesma vizinhança

 

A
Atlas Schindler vai investir cerca de R$ 80 milhões na construção de sua nova
sede no país, no bairro do Cambuci, em São Paulo. As obras começarão no segundo
semestre.

“Estamos
em processo de licenciamento. O prédio ficará ao lado do edifício atual, uma
torre de 1971. O aporte que faremos é em obra. As aquisições de terrenos e o
projeto já foram feitos”, diz o presidente, Flavio Silva.

A
migração para o novo espaço, que deverá ser concluída em cerca de dois anos,
vai ocorrer sem paralisação das atividades. “Vamos construir e operar ao mesmo
tempo.”

“A
nova área será duas vezes maior que a atual. Vamos ampliar nosso centro de
treinamentos, o de distribuição de peças e o mostruário será modernizado”, diz
o diretor industrial, José Julio.

A
companhia vai aportar ao menos outros R$ 10 milhões na reforma de escritórios
de sua planta em Londrina (SP) e em melhorias operacionais em suas filiais no
país.

 

R$
1,96 bilhão foi a receita no país em 2017

 

5.500
são os funcionários no país

 

Reforma
em capítulos

 

Pontos
da reforma trabalhista que não haviam ficado claros no texto da lei foram
detalhados em uma portaria do Ministério do Trabalho, mas advogados do setor
dizem considerar que essa não é a forma ideal para regulamentá-los.

O
governo havia enviado uma medida provisória com esse propósito que, no entanto,
caducou sem ser votada.

O
fato de a regra ter sido publicada como portaria é frágil juridicamente, afirma
Otavio Pinto e Silva, sócio da área trabalhista do Siqueira Castro.

“Tentaram
fazer isso por medida provisória e agora deram um jeitinho para regulamentar.
Pode ser objeto de questionamento e decisões para afastar a regra.”

“Eu
não achei que isso viria por portaria, mas a questão do trabalho intermitente
precisava ser definida —coisas práticas, como a maneira de calcular e
operacionalizar”, afirma Cássia Pizzoti, sócia do Demarest.

 

Linha
amarela

 

O
setor de equipamentos de linha amarela, como escavadeiras e niveladoras, deverá
crescer 36% nas vendas neste ano, segundo a Sobratema (do setor).

Uma
projeção feita em novembro de 2017 previa uma alta de 9% mas, só no primeiro
bimestre, houve crescimento de 50% na comparação com o mesmo período do ano
passado.

“Havia
um receio dos empresários de ser muito otimista e errar [as estimativas] como
no passado”, afirma Eurimilson Daniel, vice-presidente da entidade.

“Prevíamos
alta de 20% e crescemos 65%. A base, porém, é muito baixa”, diz José Luis
Gonçalves, presidente da fabricante JCB.

“É
natural que o primeiro semestre seja melhor em ano eleitoral, devido ao maior
número de licitações”, diz Carlos França, da Case.

“O
governo representou 25% das vendas. Em geral, é metade disso. Houve
concentração porque licitações são proibidas a partir de julho.”

 

Com o
pé atrás

 

A
maioria dos executivos de alta gerência no país (66%) acredita que a economia
brasileira vai crescer menos que 2% neste ano, segundo a Exec.

Cerca
de 55% dos líderes acredita que suas empresas deverão ter altas iguais ou
inferiores a 5% em 2018.

“A
percepção foi de que os indicadores econômicos não melhoraram como se esperava
no início do ano. Estamos em um período de transição, o otimismo foi revisado
[para baixo]”, diz o sócio da consultoria, Rodrigo Forte.

Cerca
de 70% dos entrevistados esperam mais “momentos de instabilidade”.

O
cenário eleitoral indefinido é um dos fatores que mais influencia os
empresários, segundo Forte.

O
levantamento ouviu 1099 profissionais e foi finalizado em abril.

 

– Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2018/05/empresas-vao-a-justica-para-garantir-circulacao-em-ferrovia-e-terminais.shtml



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