O presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, adiou para até 1º de junho a imposição de tarifas de importação de aço e
alumínio produzidos no Canadá, União Europeia e México e alcançou acordos em
princípio com Argentina, Austrália e Brasil, informou a Casa Branca.
A decisão foi tomada nesta
segunda-feira, 30, poucas horas antes do fim do prazo de concessão de isenções
temporárias, que expirava na terça-feira, 1º de maio.
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“O governo alcançou acordos em
princípio com Argentina, Austrália e Brasil e os detalhes serão finalizados nos
próximos 30 dias. O governo também está prorrogando negociações com Canadá,
México e União Europeia por 30 dias”, disse mais cedo uma fonte com
conhecimento do assunto.
Trump impôs em março tarifas de
importação de 25% para aço e de 10% sobre alumínio, mas tinha dado isenções
temporárias para Canadá, México, Brasil, UE, Austrália e Argentina. Uma isenção
permanente para a Coreia do Sul já tinha sido decidida.
Autoridades do governo norte-americano
afirmaram que os países exportadores de aço e alumínio vão ter que concordar
com cotas para proteger de maneira similar os produtores dos EUA. A isenção
permanente dada à Coreia do Sul ocorreu em troca do país aceitar reduzir suas
exportações aos EUA em cerca de 30%.
Mais cedo, uma fonte do governo
brasileiro com conhecimento das discussões tinha afirmado à Reuters que a
“expectativa é de atendimento em parte (do pedido do Brasil de isenção),
mas não dá para cravar porque estamos aguardando a divulgação dos Estados
Unidos”.
O Brasil é o segundo maior exportador de
aço para os EUA. Na terça-feira passada, o presidente-executivo do Instituto
Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que uma comitiva
brasileira se reuniria com representantes do departamento de Comércio dos EUA
nesta semana para tentar prorrogar a isenção temporária de produtos brasileiros
das tarifas norte-americanas. Na ocasião a entidade comentou que os EUA já
tinham definido que pediriam cotas de exportação ao Brasil.
O Brasil exportou para os EUA cerca de 5
milhões de toneladas de aço em 2017, 80% deste volume foi material semiacabado,
usado como insumo para ser laminado pela própria indústria siderúrgica
norte-americana.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin
Trudeau, afirmou nesta segunda-feira que qualquer decisão dos EUA de impor
tarifas sobre aço e alumínio canadense seria “uma ideia muito ruim” e que isso
iria interromper o comércio entre os dois países. O Canadá é o maior exportador
de aço para os EUA, com uma indústria siderúrgica altamente integrada com a do
país vizinho.
Trump invocou uma lei de 1962 para
alegar que as tarifas sobre aço e alumínio são questão de segurança nacional,
apesar do excesso de oferta mundial.
Se a UE for alvo de tarifas dos EUA
sobre suas exportações anuais de 6,4 bilhões de euros em metais, o bloco afirma
que vai criar suas próprias tarifas sobre exportações de 2,8 bilhões de euros
em produtos dos EUA que vão desde maquiagem a motocicletas.
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