Aguardada de longa data aqui no
estado, a nova ferrovia entre o porto de Paranaguá e o município de Dourados,
em Mato Grosso do Sul, foi tema de reunião envolvendo representantes do G7 e os
consórcios que vão elaborar os estudos para que o projeto, enfim, saia do
papel.
Há pelo menos quarenta anos fala-se na
construção de uma estrada de ferro para ligar o extremo oeste paranaense ao
litoral e segundo o integrante do Conselho de Infraestrutura da Fiep, João
Arthur Mohr, ela nunca esteve tão perto de se concretizar.
De acordo com a Fiep, o trecho a ser
atendido é justamente o principal gargalo da malha ferroviária do estado e,
quando estiver concluído, vai proporcionar ganho logístico, com redução dos
custos e aumento da capacidade transportadora.
O integrante do Conselho de
Infraestrutura da Federação destaca que essas perspectivas estão diretamente
ligadas a uma redução da atual dependência do setor com relação ao transporte
rodoviário – dependência que fica clara com o nó provocado pelas manifestações
de caminhoneiros nas estradas. Segundo João Arthur Mohr, hoje 80% da produção
paranaense destinada ao Porto de Paranaguá é transportada por caminhões, contra
20% de escoamento ferroviário. Com a implantação da estrada de ferro
Paranaguá-Dourados, a meta é por igualar os lados da balança, já levando em
conta as projeções para 2030.
O resultado esperado é de barateamento
do transporte, que para longas distâncias é entre 20 e 30% mais barato do que o
rodoviário; de redução nos impactos ambientais, com quatro vezes menos emissão
de carbono; além da diminuição de riscos sociais, com estradas menos
movimentadas e perigosas. Apesar disso, João Arthur Morh ressalva que os
caminhões permanecerão com papel importante no escoamento da produção.
Os principais produtos exportados via
Porto de Paranaguá devem ganhar com a ampliação da rede ferroviária, caso dos
granéis sólidos como soja, milho, açúcar e farelo, além das aves e suínos e da
madeira e celulose.
Na reunião envolvendo o setor
produtivo, as empresas interessadas em fazer o projeto da ferrovia receberam
informações sobre a demanda projetada por parte do G7.
Com mais esses dados disponíveis, os
quatro grupos de engenharia que responderam ao chamamento feito pelo governo
têm até o final do ano para concluir os estudos de viabilidade. Em 2019, a
expectativa é pela preparação para a licitação, depois dois anos para a
realização de projetos mais aprofundados e concessão de licenças e quatro anos
de obras.
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