O segundo
trimestre trouxe uma estabilidade para os preços do minério de ferro que não
era observada há muito tempo, após as produtoras mostrarem disciplina de oferta
e a preferência do mercado se voltar para produtos de alta qualidade.
No período,
a banda de variação foi baixa para a commodity, ainda mais nesse período de
geopolítica turbulenta, não chegando nem a US$ 6 por tonelada. Para efeito de
comparação, há um ano essa diferença entre a maior e a menor cotação dentro de
um trimestre foi de quase US$ 26. De janeiro a março, se aproximou de US$ 16.
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Logo após
assumir o comando da mineradora brasileira Vale, a maior produtora de minério
de ferro do mundo, Fabio Schvartsman disse que uma das suas principais missões
era reduzir o risco financeiro provindo da alta dívida e tornar a empresa
“previsível”.
Preços de
commodities sempre dependeram e ainda dependem de ciclos, mas mesmo durante o
mesmo ciclo de oferta e demanda mundial, a variação, em um ou alguns meses, tem
sido exagerada nos últimos anos. O fato de o preço ter baixado de US$ 190 no
começo de 2011 para US$ 38 no fim de 2015 — queda de 80% em menos de cinco anos
— é testemunho do aumento da volatilidade.
Desde então,
a China, principal motivador da disparada da cotação no começo da década pelo
forte consumo de sua indústria siderúrgica, mas também da derrocada na metade
do período, ao decidir mudar a matriz de crescimento de sua economia, mudou o
hábito de procura pelo minério.
Atualmente,
ao contrário do passado, as fabricantes de aço chinesas buscam rentabilidade.
Serem subsidiadas pelo governo no passado significou que nem sempre objetivavam
o lucro, podendo operar com a ocupação que houvesse do parque industrial ou ao
preço que fosse necessário dos insumos.
Isso fez com
que os compradores atribuíssem um prêmio ao minério de maior pureza, como é o
caso do índice de 62% da “Metal Bulletin”, referência de preço do mercado
internacional, e teores mais altos, como o de 65%, de Carajás (PA), o que
ajudou a estabilizar o mercado.
A cotação
também teve menos movimentos bruscos à medida que não só as gigantes — além da
Vale, Rio Tinto e BHP Billiton — contiveram a expansão da oferta, como outras
menores tiveram problemas de entrega. Com os dados atuais, poucos analistas
calculam excesso de oferta.
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