Na Fórmula 1
o pit-stop é um curto espaço de tempo que pode definir o vencedor de uma
corrida. Na VLI o Fast Track, conceito parecido com o procedimento feito nas
pistas, é uma prática pioneira no Brasil que tem auxiliado à ferrovia a tornar
a manutenção de ativos mais eficiente. No projeto piloto implantado no Corredor
Centro-Leste, a companhia registrou uma redução de 45% e 56% no envio de vagões
para oficinas nos anos de 2016 e 2017, respectivamente. A maior disponibilidade
representou uma economia de mais de R$ 5 milhões e a iniciativa será replicada
em outros pontos dos quase 8 mil quilômetros de trilhos.
Se na
corrida o objetivo é a segura e rápida troca de pneus mais o tanque cheio, na
ferrovia a meta é aproveitar momentos naturais de parada (trocas de equipe,
descarga, abastecimento) para efetuar reparos leves e médios como troca de
rodeiro e de componentes de freio, consertos com maçarico e solda. Dessa forma,
garante-se a manutenção sem a necessidade de enviar os ativos para uma oficina.
“O foco está nos ganhos de disponibilidade e confiabilidade. Todo vagão é
inspecionado após a descarga. Se a equipe identifica a necessidade de reparos
mais complexos, o compartimento é segregado para a oficina mais próxima”,
explica João Silva Júnior, gerente geral de Engenharia Ferroviária.
Reparo mais
próximo da operação
O Corredor
Centro-Leste, palco do projeto, suporta demandas da indústria siderúrgica e a
exportação de grãos pelo complexo de Tubarão, bem como cargas de carvão,
fertilizantes e combustíveis. O carregamento de grãos é realizado no Terminal
Integrador Araguari, em Minas Gerais, seguindo por um trecho de aproximadamente
1500 quilômetros até o porto. Enquanto o pátio ferroviário de Tubarão serve de
palco para inspeções e intervenções mais leves, serviços de médio reparo (troca
de rodeiros, reparações com maçarico e solda, substituição de componentes)
podem ser feitos no terminal dentro do porto. Na última linha de manutenção, a
Oficina de Itacibá, em Cariacica (ES), recebe ativos com demandas de reparos
maiores.
Benchmarking
internacional
O Fast Track
é uma das boas práticas referenciadas por um time de especialistas
norte-americanos à VLI. Desde 2014, a companhia recebe orientações e monitora
junto com esses consultores o andamento das iniciativas que, juntas, visam uma
operação ainda mais eficiente. A previsão é de que o Corredor Centro-Sudeste
conte com o Fast Track nos próximos meses enquanto o Centro-Leste também
receberá outro ponto de atendimento no mesmo período.
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