Soja: Apesar do recuo de Chicago, mercado futuro tem bons preços no BR e estimula novos negócios

Os futuros da soja negociados na Bolsa
de Chicago voltaram a recuar na sessão desta quinta-feira (28) e terminaram o
dia com perdas de mais de 5 pontos entre os contratos mais negociados. O
vencimento julho/18 ficou em US$ 8,61 por bushel no fechamento deste pregão.

O mercado internacional foi
intensificando seu movimento negativo ainda diante das preocupações
relacionadas à guerra comercial entre China e Estados Unidos, com os traders
atentos a qualquer movimento de um dos lados. Parte das tarifações de Donald
Trump sobre a China já deverão começar a valer a partir de 6 de julho e, na
mesma medida, as retaliações de Xi Jinping também não devem tardar. Enquanto
isso, as especulações mantêm as cotações pressionadas.

Como primeiras medidas, a China já mira
países onde poderia começar a investir na produção de alimentos, além de zerar
a tarifação sobre a soja de alguns de seus vizinhos asiáticos. Um estudo da
Academia Chinesa de Ciências Agrícolas mostrou que as tarifações que vêm sendo
impostas pelos dois países deverão provocar uma queda de 40% no valor das
exportações agropecuárias americanas para a nação asiática.

Além disso, o mercado também buscou se
ajustar antes da chegada dos números do USDA (Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos) nesta sexta-feira. Serão reportados os estoques trimestrais em
1º de junho e mais números atualizados da área plantada no país.

Há também uma pressão do cenário
climático ideal para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas que segue
no radar dos traders. Uma ou outra região entre as principais do Corn Belt
sofre com alguma alteração no índice de precipitações, porém, nada que construa
uma ameaça à nova safra americana.

Para os próximos dias e o início de
julho, que é um dos meses-chave para a produção dos EUA, os alertas começam a
ficar mais expressivos.

“Como já estamos alertando há
alguns dias, as previsões climáticas para o Centro dos EUA têm reduzido as
precipitações projetadas, devido ao estabelecimento de uma nova massa de ar
quente de alta pressão sobre a região. Nos mapas climáticos atualizados, tal
massa de ar é persistente durante os 12 primeiros dias de julho, pelo menos. As
regiões mais afetadas com a falta de chuvas serão exatamente aquelas regadas
com intensidade nos últimos dias. A permanência deste padrão árido em julho é
preocupante”, diz a consultoria AgResource Mercosul.

Como explica Vlamir Brandalizze,
consultor de mercado da Brandalizze Consulting, esse movimento de pressão mais
severa e intensa sobre as cotações já estaria chegando ao fim. “E o
mercado vai se ajustando na sequência, em cima do que vier da China sobre as
novas medidas. A safra dos EUA segue em boas condições, o clima é
favorável”, diz.

 

Mercado Brasileiro

 

A semana tem sido de alguns novos
negócios no mercado brasileiro, na medida em que os preços nos portos nacionais
voltaram a testar referências de R$ 85,00 a R$ 86,00 por saca, ainda como
relata Brandalizze. “Para entrega setembro, pagamento outubro, os preços
chegaram a R$ 88,00 houve vários negócios nessa linha depois de muito tempo
parados”, afirma o consultor.

Nesta quinta-feira, no porto de Rio
Grande a soja disponível fechou o dia com baixa de 0,47% para R$ 84,30 por
saca, enquanto o indicativo para julho/18 foi a R$ 85,00, perdendo 0,58%. Em
Paranaguá, as referências ficaram sem cotações diante de uma combinação de
baixas em Chicago e do dólar.

Já no interior do país, ganhos
generalizados nesta quinta-feira. As altas nas praças de comercialização do
país ficaram entre 0,42% e 2,05%, como foi o caso de Londrina, onde o preço
ficou em R$ 74,50 por saca.

“No mercado interno há pouca
pressão porque o produtor já vendeu bastante, já temos 75% da safra de soja
vendida. De agora em diante, a tendência é de que os produtores vendam aos
poucos, na medida em que os preços melhorem no mercado internacional”,
explica Brandalizze.

 

– Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/216613-soja-apesar-do-recuo-de-chicago-mercado-futuro-tem-bons-precos-no-br-e-estimula-novos-negocios.html#.WzZAjNVKiUk


Fonte: Notícias Agrícolas

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*