Mercado de dormentes segue com demanda

Investir em manutenção e qualificação das vias é algo
inerente ao negócio das operadoras. Independentemente da renovação dos
contratos de concessão, as ferrovias precisam colocar em prática planos anuais
de investimentos, para que a operação ferroviária consiga se manter adequada e
segura. Enquanto os processos de prorrogação dos contratos não são concluídos,
as empresas fabricantes de dormentes equilibram suas contas por meio dessa
demanda constante, mantendo suas carteiras de encomendas.

Nos últimos 12 meses, a Hidremec produziu 276 mil dormentes
metálicos, que foram entregues para EFVM, MRS, VLI e Rumo, aumentando a
produção em 15% em relação ao ano anterior. 
Otimista, o presidente da empresa, Carlos Alberto Andrade Pinto, diz que
há bons projetos das operadoras em andamento. “As ferrovias seguem o seu
programa próprio de revitalização dos trechos. Participamos da duplicação da
Estrada Férrea de Carajás (EFC) e da revitalização da EFVM. A Rumo também
sempre aplica esforços para a instalação de dormentes em ritmos normais de
investimento. MRS e VLI também continuam recuperando trechos deficitários”.

Carlos Alberto também opinou sobre as renovações antecipadas
das concessões que envolvem as ferrovias brasileiras. “Qual é a empresa
que vai entrar para competir com as concessionárias? Você pode discutir a
mudança para um sistema mais ramificado. Mas abrir novas licitações é contra
qualquer propósito prático, financeiro e econômico. Acredito que o trabalho
feito pelo governo é de grande criatividade. E os estudos de engenharia
financeira estão sendo bem aprofundados”.

A Empac, que fabrica dormente de concreto e tem como
principais clientes a VLI, a SuperVia e a CPTM, fala em um crescimento de 30%
na produção entre 2016 e 2018. Giuseppe Gori Júnior, representante da empresa,
conta que a companhia abriu, em novembro de 2017, uma unidade em Vespasiano
(MG), para atender a demanda. A empresa conta com outras duas fábricas em
Tocantins (MG) e Belo Jardim (PE). “O cenário ideal no segmento de
ferrovia de carga é a manutenção constante”. Ele reforça que há uma grande
expectativa da indústria na renovação antecipada das concessões, o que, na sua
opinião, garantiria a retomada de investimentos pesados na vias.

O diretor da Conprem (fabricante de dormentes de concreto),
Wilson Rodrigues, também aguarda ansioso a renovação antecipada das concessões
das ferrovias de carga. Até 2017, a empresa esteve engajada em importantes
projetos no segmento de passageiros, como a construção da Linha 4 do MetrôRio e
a expansão do Metrô de Salvador; e no segmento de carga, o projeto S11D, da
Vale. Concluídas essas obras, a Conprem segue atendendo a demandas específicas
das ferrovias de carga. Rodrigues prefere não abrir números recentes de
produção. “Posso dizer que em 30 anos de atuação já fornecemos cinco milhões de
dormentes. Existe um bom movimento de projetos de manutenção executados pelas
operadoras de carga, mas o grosso dos investimentos virá com a renovação das
concessões”.

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