Em um espaço de 55 mil
metros quadrados, equivalente a seis campos de futebol, cerca de 600 pessoas
trabalham no reparo mensal de 270 vagões e 160 locomotivas. Esses são os
números da oficina de reparação e manutenção de trens de Divinópolis, em Minas
Gerais, que atende a operação da FCA. A oficina, segundo a VLI, é considerada a
maior da América da Latina para a revisão e manutenção de material
rodante.
As locomotivas que
chegam ao local podem passar por um dos três tipos de checagem: inspeção,
revisão intermediária e revisão geral. Nos dois primeiros níveis, elas são
direcionadas para os galpões de reparos leves com capacidade de receber até 15
unidades ao mesmo tempo. Na checagem geral, a locomotiva é direcionada para a
área de reparo pesado. O procedimento completo dura, em média, 20 dias. A mesma
divisão aplica-se aos vagões que recebem reparos leves ou pesados a partir dos
resultados das inspeções regulares.
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A unidade de
Divinópolis também funciona como um celeiro de formação de mão de obra,
valorizando os programas de porta de entrada, como o Jovem Aprendiz e o
estágio, que têm parcerias com SENAI e outras escolas técnicas.
A FCA é uma das
ferrovias brasileiras com a maior frota total de locomotivas e vagões. Segundo
levantamento mais recente feito pela Revista Ferroviária, a FCA conta com 798
máquinas (sendo 189 inativas e 609 ativas) – só perdendo em número para Rumo e
MRS. Já de vagões, são 23.484 unidades – o que coloca a ferrovia em segundo
lugar na comparação com outras malhas.
Em 2016, a RF fez uma
matéria especial sobre os trabalhos na oficina de Divinópolis. Confira
aqui.
Seguem algumas
curiosidades sobre a operação da oficina:
1.
A revisão intermediária de uma locomotiva dura cerca de 5 dias;
2.
A cada 2 ou 3 anos, os vagões passam por uma inspeção completa;
3.
Além de locomotivas e vagões, uma série de máquinas utilizadas na
manutenção da própria ferrovia recebe inspeções e reparos no local;
4.
No laboratório são feitas cerca de 300 análises de óleo e água das
locomotivas. Dessa forma é possível prevenir problemas nos motores;
5.
A oficina foi fundada em 1916 e mesmo após diversas reformas, há prédios
preservados na unidade. Eles abrigam auditório e o Centro de Especialização e
Desenvolvimento (CED);
6.
O CED atua como um núcleo de formação para empregados que atuam nas
ferrovias, nos terminais e nos portos. Entre 2012 e 2017, quase 14 mil
qualificações foram ofertadas no local.
7.
A oficina mantém em funcionamento uma sirene, considerada como um
relógio dessa região da cidade. Antes, o equipamento orientava os profissionais
no trabalho. Hoje, ela funciona a pedido da comunidade local e é acionada dez
vezes por dia (6h30, 6h45, 6h55, 7h00, 10h55, 11h 12h15, 12h30 16h55, 17h).
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