Após o governador Mauro Mendes (DEM) sinalizar que pode não concluir as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), paradas desde 2014, e trocar para um modal menos custoso para o cofres público, o ex-governador Silval Barbosa [sem partido], disse que acha ‘uma pena’ o cancelamento do modal. Para ele, ajudaria muito a população de Cuiabá e Várzea Grande.
“Não vou opinar sobre a decisão do governador. Ele tem o direito de tomar as decisões que ele quiser. Eu não vou opinar e tenho minha opinião sobre o VLT. Após concluído, seria um modal importante e que ajudaria muito a população. Esse é objetivo que nós começamos e já era para estar concluído, mas não vou dar palpite sobre a decisão do governador”, disse o ex-gestor na tarde desta terça-feira (16), após uma audiência de conciliação, na 2ª Vara Especializada de Direito Agrário, no Fórum da Capital.
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Mauro Mendes vem afirmando que para retomar o VLT, é preciso entender primeiro o imbróglio jurídico, que impede qualquer obra para implantação do modal de transportes, idealizado para a Copa de 2014. Lembra que em delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa, envolveu o Consórcio VLT em um esquema de desvio de dinheiro próximo a R$ 1 bilhão em propina.
Oficialmente, a obra já consumiu R$ 1,4 bilhão dos cofres públicos e ainda não saiu do papel.
Seu contrato de execução foi firmado em 2012 com Consórcio VLT, composto pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda.
O ex-governador Pedro Taques (PSDB) tentou retomar as obras, no entanto, o projeto está judicializado por conta da operação Descarrilho. Após isso, o tucano rescindiu o contrato.
Silval aproveitou para alfinetar Pedro Taques, que segundo ele, quase não fez obras para o Estado.
“E o Pedro que fez? Que obra ele fez? Eu tenho uma ação na justiça porque ele diz que eu não cumpri o prazo do VLT, disse que eu menti. Com 300 obras do Estado em andamento, toda a transformação que houve no trânsito… O Pedro começou só uma obra em Cuiabá e não deu conta de entregar o Pronto-Socorro”, disparou.
Operação Descarrilho
A operação, deflagrada em 9 de agosto de 2017 apurou crimes de fraude em procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e a execução.
Herança Maldita
Para sustentar a implantação do VLT, o Estado apresentou em 2011, estudo que apontava o VLT com maior capacidade para transportar número de passageiros, e menor gasto com manutenção e operação em um ano.
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