Uma das pontas da Linha 17-Ouro, do Metrô de São Paulo, a estação Morumbi está com 60% de avanço físico ndas obras, afirma a Camargo Corrêa Infra. O prazo inicial para a conclusão é outubro desse ano, mas a empresa estima que deve ultrapassar “um pouco” essa data. O contrato com o governo de São Paulo, assinado em 2017, é para a construção apenas dessa estação, que fará ligação com a estação Morumbi (homônima) da Linha 9-Esmeralda, da CPTM, numa área de 8.600 m2 e que deve atender em média 41 mil passageiros por dia.
O valor do contrato é de R$ 107 milhões e inclui a construção bruta a alvenaria o acabamento a comunicação visual hidráulica e de paisagismo, o sistema de sonorização, a rede aérea de tração e iluminação, além de duas plataformas laterais de 60 metros cada com ventilação, iluminação natural e captação de água pluvial para a limpeza das calçadas e irrigação dos jardins ao redor.
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“Estamos caminhando bem. Nós preferimos não participar da nova licitação em curso para as demais estações, pois não é possível saber com exatidão em que estágio as obras estão e como elas foram feitas. Entendemos que há muitos riscos”, afirma Januário Dolores, presidente da Comargo Corrêa Infra.
O executivo se refere ao processo de licitação aberto pelo governo do estado em maio para a conclusão das obras da Linha 17-Ouro. A licitação engloba as obras civis remanescentes e implantação de acabamento paisagismo comunicação visual e instalações hidráulicas das estações Congonhas Brooklin Paulista Jardim Aeroporto Vereador José Diniz Campo Belo Vila Cordeiro Chucri Zaidan e Pátio Água Espraiada. Os consórcios e as construtoras Carioca Christiani/Nielsen Engenharia S.A. Cetenco Engenharia S.A. Coesa Engenharia Ltda. Contracta Planova Marquise Comsa TCE Paulitec Sacyr Paulista Benito Roggio e Hijos-PowerChina T.A.S. Constran Internacional Construções Construcap CCPS Engenharia e Comércio, além da construtora Ferreira Guedes ingressaram com propostas que giram em torno de R$ 500 a 750 milhões para a finalização das obras.
A Linha 17-Ouro vive quase uma década de imbróglios. Ela foi planejada para ter 7, 7 quilômetros de extensão nove estações e trens de passageiros, trafegando especialmente sobre vigas de sustentação paralelas à Marginal do Rio Pinheiros. O monotrilho fará a interligação do Aeroporto de Congonhas ao Morumbi e atenderá cerca de 185 mil passageiros por dia em média segundo o Metrô. A previsão inicial de conclusão das obras da Linha 17 Ouro era 2013. No entanto, rompimentos de contratos estenderam os prazos, aumentaram os custos e provocaram investigações do Ministério Público. A finalização das construções tende a ocorrer até o final de 2022, segundo o governo de São Paulo.
Tecnologia
Os trabalhos da Camargo Corrêa Infra na estação começaram no final de 2017. Em outubro do ano passado a construtora recorreu ao suporte de tablets e smartphones no canteiro de obras às margens do Rio Pinheiros nas proximidades dos Shoppings Market Place e Morumbi na Zona Sul de São Paulo. Os aparelhos dispõem do BIM (Building Information Modeling) 360 um software de gestão de processos da Autodesk, que permite a troca de informações em caráter padronizado e tempo real ampliando a produtividade. “Essa tecnologia evita aditamentos e nos dá segurança de melhores resultados a longo prazo com custos menores e maior qualidade na entrega à sociedade” frisa o presidente da Camargo Corrêa Infra.
A estrutura bruta e de alvenaria da estação Morumbi estão bem avançadas, diz ele. No entanto há madeiras tubos e muitas estruturas metálicas aguardando fixação em trechos que completarão a construção. A fase de acabamento não começou. A Camargo Corrêa Infra acredita que o uso dos aparelhos com internet e um software específico à palma da mão de coordenadores e inspetores no canteiro de obras contribui para agilizar a troca de informações e as soluções. “A ferramenta é muito dinâmica e intuitiva. Nós interagimos o tempo todo com os desenhos e preenchendo os formulários. Antes levávamos dois dias ou mais para fazer uma checagem de ponta a ponta e as áreas entenderem quais eram as demandas” diz o inspetor da Camargo Corrêa Infra Marcelo Henrique Oliveira.
Na sede da construtora profissionais de áreas administrativas interagem por meio do software e de um telão interativo com os colegas no canteiro de obras. Há troca de dados por vídeo e até mesmo as equipes de caráter jurídico e socioambiental podem ser acionadas para a resolução de questões relevantes. “Nós criamos um software para a maior eficiência entre o orçamento e o desvio em uma obra. Facilitamos o acesso das informações que ficam disponíveis na nuvem. Conectamos o ambiente do projeto à produção” afirma o presidente da Autodesk do Brasil Sylvio Mode.
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