Após seis meses de espera, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) divulgou a classificação das empresas que apresentaram propostas para a realização das obras do segundo trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará a Estação Conselheiro Nébias ao Valongo, no Centro Histórico de Santos.
A extensão do VLT é essencial para a mobilidade regional. Ele representa modalidade de transporte moderna e adequada: seu custo de implantação é muito menor do que os tradicionais metrôs; permite o transporte de grande volume de passageiros; não é poluente nem consome combustíveis fósseis; integra-se, de modo harmônico, com o viário das cidades. Além disso, sua utilização pode – e deve – ser feita em conjunto com outros sistemas de transporte, como os ônibus, ampliando seu raio de alcance e beneficiando milhares de pessoas.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A primeira linha, inaugurada em janeiro de 2016, com 11,5 km de extensão, ligou o Terminal Barreiros, em São Vicente, ao Porto de Santos, sendo construída sobre o leito ferroviário da antiga Sorocabana (depois Fepasa). Faltava, porém, integrá-la ao Centro de Santos, de maneira a permitir maior eficiência ao sistema, ampliando o número de passageiros transportados diariamente.
A chegada do VLT à região central é ainda fator decisivo para a revitalização daquela área, que aguarda a reocupação por novos comércios e a retomada de seu merecido prestígio. Com a nova linha, a facilidade de acesso será muito maior, além de permitir que outros usos, como o habitacional, possam ali ser desenvolvidos.
O tempo transcorrido entre a apresentação das propostas e a divulgação do resultado – seis meses – foi longo e causou muita apreensão. Sete consórcios e três empresas disputaram a obra, e o menor preço foi da construtora Queiroz Galvão (R$ 217,7 milhões), que já foi responsável pelo primeiro trecho do VLT, realizado entre 2013 e 2016.
A EMTU anunciou planos para o início dos trabalhos ainda neste ano. Espera-se que isso seja cumprido. Há a possibilidade de questionamentos por parte das empreiteiras que participaram do processo. Se isso acontecer, todos os esforços devem ser para garantir rápida solução, sem mais atrasos. É fundamental ainda que os recursos necessários sejam disponibilizados pelo governo estadual, evitando-se assim que se corra o risco de paralisações nas obras, que fariam com que o prazo final de entrega da linha acabasse dilatado.
O VLT é a grande obra de mobilidade regional e precisa continuar e expandir-se. A segunda fase é essencial, com a chegada ao Centro de Santos, mas o sistema precisa ser estendido com a concretização da terceira etapa, que compreende a ligação entre a Estação Barreiros e Samaritá, na Área Continental de São Vicente. Com 7,5 quilômetros de extensão, deverá ser integrada com ônibus rápidos, chegando assim a Praia Grande e ao Litoral Sul.
Seja o primeiro a comentar