Acordo dos EUA com o Japão tira mercado do agro do Brasil

O Brasil está prestes a ter uma redução nas vendas do agronegócio para o Japão, o seu 4º principal parceiro comercial no setor de alimentos.

Estados Unidos e Japão estão na reta final de acertar detalhes de um acordo comercial que vai facilitar as vendas de carnes, frutas, cereais, etanol e queijos entre os dois países.

O Brasil perde porque, além de o Japão ser importante para o mercado brasileiro, os Estados Unidos são os principais concorrentes diretos do Brasil no setor do agronegócio.

Os japoneses importaram o correspondente a US$ 1,6 bilhão de alimentos do Brasil de janeiro a agosto deste ano. No ranking da lista, os destaques são carnes, milho, café, soja, farelo, suco de laranja e etanol.

Esses, à exceção do café, são exatamente os produtos que os norte-americanos terão acesso no mercado japonês com eliminação ou redução das alíquotas de importação.

O Japão importa US$ 14 bilhões em produtos agrícolas americanos por ano. Desse valor, US$ 5,2 bilhões já são isentos de impostos. Agora os americanos querem redução ou eliminação de outros US$ 7,2 bilhões.

Em alguns casos, como os de carnes, etanol, queijos e laranja, a redução de tarifas seria feita em etapas. Em outros, como frutas, hortícolas e sorgo, a eliminação das taxas seria imediata.

Trigo e derivados, malte e amidos de milho e de batata teriam cotas de importação com taxa zero ainda a serem definidas.

Tardiamente, os Estados Unidos buscam taxas preferenciais no mercado do Japão. A arrogância de Donald Trump, quando assumiu, fez o país sair de um acordo comercial altamente favorável aos Estados Unidos e que englobava outros 11 países, o TPP (Parceria Transpacífico).

O Japão tem 126,8 milhões de habitantes e é um bom mercado para produtos de qualidade e com preços mais elevados.

Avicultura – O mercado internacional continua sendo chave para o produto brasileiro. Ele ganha espaço na China, mas os desafios continuam na  União Europeia e na Arábia Saudita.

Avicultura 2 – Segundo analistas do Rabobank, existe uma recuperação mundial do setor, mas em condições frágeis. Os países asiáticos, devido à redução de produção de carne suína na região, provocada pela peste suína africana, dão sustentação ao mercado.

Algodão – A queda dos preços internacionais poderá terminar a expansão anual de área do produto no Brasil. Os cotonicultores deverão destinar próximo de 1,6 milhão de hectares para o plantio, segundo a Abrapa (associação do setor).

Suco na China – A LDC (Louis Dreyfus Company) e a Luckin Coffee assinaram um acordo para a formação de uma joint venture para desenvolver uma marca conjunta de suco não concentrado de laranja, de limão e de maçã.

Controle à distância – Produtores podem acompanhar de casa as atividades executadas pelos seus tratores no campo. O administrador da propriedade tem informações referente ao funcionamento e à produtividade das máquinas, via telemetria. A LS Tractor iniciou esse serviço no sul de Minas Gerais.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vaivem/2019/09/acordo-dos-eua-com-o-japao-tira-mercado-do-agro-do-brasil.shtml

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