Capacidade do Corredor de Exportação do porto vai dobrar

A mudança do conceito do projeto de modernização do Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá aumentará a capacidade operacional do complexo em 100%. A ideia inicial era ampliar em 33%. A novidade foi comunicada nesta segunda-feira (28) pelo diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, durante reunião mensal entre a empresa pública e os representantes da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp).

“O porto sai na frente porque a gente não está olhando o agora, nem daqui cinco ou dez anos. Estamos olhando para os próximos cinquenta anos, onde, sem dúvida, a gente consegue incrementar e dar essa tranquilidade operacional para aqueles interessados em repotenciar seus ativos”, diz Garcia.

O diretor-presidente explica que a capacidade produtiva atual em cada berço de atracação do Corredor é de carregar de até 3 mil toneladas por hora de granel, distribuídas em dois equipamentos existentes em cada berço. Quando a ideia de ampliar a potência do complexo surgiu, havia se pensado elevar essa produtividade para 4 mil toneladas/hora.
Porém, destaca Garcia, planejando mais a longo prazo, considerando a potência dos shiploaders (equipamentos carregadores) e a demanda de mercado, será possível investir já neste projeto para chegar ao volume de até 18 mil toneladas por hora, ou seja, 6 mil toneladas/hora em cada berço de atracação.

“Faremos isso tudo com os terminais. Nada que a gente faça será feito de forma isolada. A transparência, a divisão de opiniões e a busca de um consenso, sem dúvida, é o melhor caminho”, garante o Garcia.

MODERNIZAÇÃO – O projeto para remodelação e modernização do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá, sistema por onde são movimentados grãos e farelos, foi apresentado em agosto, já com o lançamento da licitação do projeto básico das obras. O certame foi realizado no último dia 24. Apenas uma empresa apresentou proposta, que está em análise pela Comissão Permanente de Licitação e Cadastro (CPLC) da Portos do Paraná.

O projeto básico para as obras de repotenciamento do complexo será a base para o projeto executivo e também das obras que dobrarão a capacidade de embarque de grãos e farelo pelos três berços exclusivos do Corredor (212, 213 e 214). O objetivo é elevar a produtividade para reduzir o tempo de operação, aumentar a rotatividade das embarcações e diminuir o custo de toda a cadeia.
A proposta é desenvolver um novo sistema com a instalação de seis novas correias transportadoras e a aquisição de novos equipamentos eletromecânicos. As novas correias serão enclausuradas – protegidas de modo a evitar perdas na carga, sujeira da cidade e prejuízo à qualidade do ar e ao meio ambiente como um todo em função do pó. No mesmo projeto estão previstas todas as obras necessárias para que o Corredor de Exportação opere em plena capacidade.

“A Appa hoje nos mostrou, sinalizou, que está no caminho do desenvolvimento e com olhar muito focado em infraestrutura e longo prazo”, disse o diretor do Conselho de Administração da Atexp, André Maragliano, também gerente da Cargill em Paranaguá.

Avança o projeto da moega exclusiva de descarga para vagões

Outro assunto abordado na reunião foi o projeto que tem o objetivo de concentrar a descarga ferroviária dos granéis sólidos no Corredor de Exportação em uma moega exclusiva para o modal.

Depois de três meses de análise da proposta apresentada pela Diretoria de Engenharia e Manutenção, em parceria com a Rumo, os operadores portuários do complexo se mostram interessados em avançar para consolidar a proposta.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, já recebeu algumas considerações, mas os terminais se comprometeram em reunir suas equipes técnicas, com a Diretoria de Engenharia da empresa pública e a Rumo, para definir como seriam feitas as conexões aéreas (por correias) ao novo “moegão”, as conexões ferroviárias, a melhor localização e posição do terminal ferroviário e, ainda, as regras de operacionalização do novo equipamento do Corredor.

“Se a gente quer crescer, como indicam as previsões, a gente precisa ter uma adequada recepção ferroviária. É um segmento modal importante que hoje, no porto, ainda é subaproveitado. A hora que a gente capacita e melhora o ferroviário, ganha o conjunto logístico do porto”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná.
PROJETO – O projeto foi apresentado pela Portos do Paraná aos representantes dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá durante a reunião mensal da Atexp, em julho.

A proposta é a construção de uma moega (instalação para receber e destinar graneis sólidos às correias transportadoras) exclusiva para a descarga dos trens no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Os granéis sólidos, como soja, milho e farelo, vindos pela ferrovia chegariam nesta estrutura e seguiriam aos terminais por correias transportadoras.

Em princípio, seriam três linhas independentes de correias. Cada uma com capacidade para receber carga de até 60 vagões de produtos diferentes, simultaneamente. Essas correias transportadoras seriam conectadas com os terminais arrendados pela Portos do Paraná e os demais terminais poderiam se interligar ao sistema ou operar em conjunto.
O projeto beneficia toda a cadeia logística – portos, operadores, transportadores – com o aumento da capacidade de descarga e redução dos custos, e também para toda a comunidade.

Para a população, as melhorias imediatas geradas com essa reorganização da descarga ferroviária no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá serão a eliminação das interferências rodoferroviárias; aumento da segurança; fluidez na circulação urbana; e a redução de ruídos, principalmente os gerados pelas buzinas dos trens.
De acordo com o diretor do Conselho de Administração da Atexp, André Maragliano, também gerente da Cargill, em Paranaguá, com a descarga ferroviária anual ampliada, a perspectiva é aumentar ainda mais a movimentação pelo Corredor. “Hoje já estamos batendo na casa das 20 milhões de toneladas. O projeto permite que avancemos para algo em torno de 23 a 25 milhões de toneladas, sem outros investimentos, sem aumento de novos terminais”, afirma.

Uma nova reunião, já com essa devolutiva dos terminais interessados, ficou marcada para 28 de novembro. “Agora vamos sentar, todos juntos, terminais, Rumo e Appa, para buscar o melhor layout que atenda à necessidade de todos, que vai possibilitar que esse moegão e as correias que vão ligá-lo a todos os terminais seja o mais viável possível, eficiente e produtivo”, diz o operador.

Fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=104401

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