CCR vê espaço para endividamento maior de olho em leilões de infraestrutura

A redução da alavancagem da CCR permitirá que o grupo participe dos próximos leilões de infraestrutura sem afetar a distribuição de dividendos neste momento, afirma o vice-presidente Eduardo Toledo.

No terceiro trimestre, a CCR registrou alavancagem de 2,3 vezes na relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado operacional, contra 2,6 vezes há um ano.

“Isso demonstra que temos um espaço grande de fazer frente às oportunidade aumentando nosso endividamento, ainda que dentro de parâmetros, com cautela”, afirmou.
Ele diz que “obviamente é uma alternativa” que a capacidade de investimento seja incrementada pela redução de dividendos, mas que a empresa hoje “está distante desse ponto”.
“Temos bastante espaço para crescer via endividamento, que é o que traz mais valor para os acionistas. Vamos primeiro usar esse espaço para depois pensar em questão de ‘equity'”

O executivo avalia com otimismo o atual momento da infraestrutura no país. Ele destacou o aumento de 2% no tráfego consolidado das concessionárias da companhia, tanto de veículos comerciais quanto leves.

Toledo também destacou as boas perspectivas de novos negócios nos setores de rodovias, aeroportos e mobilidade urbana. “São várias oportunidades, confirmando o bom momento para o setor de infraestrutura”.

Rio de Janeiro

Questionado por analistas sobre episódios como o recente imbróglio da Invepar, no Rio de Janeiro, o executivo avalia que “as coisas vão caminhar para o lado correto”, disse.
O executivo detalhou os resultados e perspectivas da companhia em teleconferência sobre o terceiro trimestre. Nesse período, a CCR registrou um lucro de R$ 340,2 milhões.
Segundo Toledo, a companhia defende a devolução da Concessionária de Rodovia Sul-Matogrossense S.A, conhecia como MSVia.
“As condições que o governo licitou lá atrás essas rodovias claramente não se observaram no país e tornaram não possível a continuidade da concessão nos moldes licitados”, afirmou o executivo.

“Vemos com bons olhos que o governo reconheça essa questão, atrás do decreto de devolução amigável”, afirmou . “Teremos nossa decisão entre aderir ou não aderir assim que tivermos conhecimento sobre como se dará essa devolução amigável.”
Segundo ele, é preciso ter mais detalhamento sobre a proposta recentemente divulgada pela agência reguladora de aplicar descontos menores na tarifa de pedágio, como uma forma de “antecipar” a indenização às concessionárias que aceitarem a devolução amigável.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/10/29/ccr-ve-espaco-para-endividamento-maior-de-olho-em-leiloes-de-infraestrutura.ghtml

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