Novo trem chinês da série 2500 para a linha 13 do Aeroporto tem ao menos 34 defeitos

Um documento interno da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos mostra que a primeira composição da série 2500, fabricada na China, que vai atuar na a linha do 13-Jade, que liga a capital paulista ao Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, possui ao menos 34 defeitos, entre falhas e problemas em acabamento, estruturais e eletromecânicos.

O lote de oito trens, fabricados pelo consórcio Temoinsa-Sifang, custou aos cofres públicos R$ 316,7 milhões.  Três composições já estão com a CPTM.
A informação e os documentos foram publicados pelo site Diário dos Trilhos e pelo perfil no Facebook Paparazzi Ferroviário.
O Diário do Transporte entrou em contato com a CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

A resposta ao pedido de posicionamento veio pela STM – Secretaria dos Transportes Metropolitanos que, por meio de nota, não negou a veracidade dos relatórios divulgados, mas afirmou que é “normal a constatação de pendências não impeditivas e que não impactam em segurança do trem no processo de fabricação durante os testes de performance.”
Entre os problemas apontados nos testes, estão falta de extintores de incêndio, ausência de isolamento elétrico em várias partes, cabos e peças ainda com identificação em chinês, sancas de portas batendo em armário de equipamentos, cabos de freios posicionados de forma inadequada, teto com afundamento e possibilidade de infiltração por falha na calha externa na área do maquinista.
A pasta da gestão João Doria informou ainda que os problemas serão resolvidos e está mantida a previsão do início de operação dentro do cronograma inicialmente estipulado pela empresa, que é em dezembro.

Apesar de uma das empresas que fabricaram as composições da CPTM, a CRCC, ter surgido de uma fusão da CNR, que produziu os 40 trens da Supervia que foram recolhidos nesta semana por defeitos, a STM disse que não há relação entre os casos.
A nota não esclarece se os custos dos consertos serão bancados pela fabricante ou pelo estado.

Veja a nota na íntegra:

Os trens da série 2500 fabricados na China pelo Consórcio Temoinsa -Syfang foram inspecionados e testados na fábrica em Qindgao/China, acompanhados por fiscalizadora especializada contratada.

É considerado normal a constatação de pendências não impeditivas e que não impactam em segurança do trem no processo de fabricação durante os testes de performance.
A CPTM ressalta a importância da seriedade e responsabilidade na apuração de dados noticiados ao cidadão, essas pendências não têm relação com o caso do Rio de Janeiro, pois a fábrica e os componentes são diferentes.

Após os testes, a retirada das pendências e o atendimento aos parâmetros específicos, o trem será liberado para operação comercial. A entrada em operação do primeiro trem 2500 está dentro do cronograma previsto.
O primeiro trem da série 2500 chegou ao Brasil em 05 de setembro. Outras duas composições desembarcaram em 09 de novembro de 2019.

LOTE

O consórcio Temoinsa-Sifang venceu a licitação internacional com a apresentação da melhor proposta no valor de R$ 316,7 milhões para a fabricação dos oito trens. A aquisição dessa frota está sendo financiada com recursos do Banco Europeu de Investimento (BEI), que disponibilizou ? 85 milhões para o Governo do Estado de São Paulo.
A exemplo das frotas das outras seis linhas da CPTM, os trens chineses têm 170 metros de comprimento, salão contínuo de passageiros (passagem livre entre os carros), monitoramento com câmeras na parte externa e interna, além de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência.

As composições também dispõem de monitores digitais internos com informações sobre a prestação de serviços e reconhecimento eletrônico automático do maquinista por meio de biometria.

Fonte: https://diariodotransporte.com.br/2019/11/20/novo-trem-chines-da-serie-2500-para-a-linha-13-do-aeroporto-tem-ao-menos-34-defeitos/

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