O Brasil voltou a ser o quarto país a mais atrair Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) em 2019 e a expectativa continua positiva neste ano com o programa de privatizações do governo federal, segundo a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
O Brasil só foi superado no ano passado pelos Estados Unidos, China e Cingapura, e ultrapassou Hong Kong, Holanda e Reino Unido.
O fluxo maior de investimento externo para o Brasil é ainda mais significativo quando se considera que o fluxo global em 2019, de US$ 1,39 trilhão, teve declínio de 1%, em meio ao desempenho econômico mundial mais fraco e incertezas políticas para investidores, incluindo tensões comerciais.
Dados preliminares da Unctad mostram que o fluxo de IDE para a América do Sul cresceu 20% em 2019 e totalizou US$ 119 bilhões. Quedas nos volumes para a Argentina e Equador foram compensadas com mais dinheiro que tomou o rumo do Brasil, Chile, Peru e Colômbia.
O Brasil registrou um aumento de 26%, para US$ 75 bilhões, em parte com o programa de privatização lançado em julho como parte dos esforços do governo para alavancar a economia, diz a Unctad.
A agência da ONU exemplifica que a primeira dessas privatizações envolveu a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras para um consórcio de investidores liderado pela francesa Engie por cerca de US$ 8,7 bilhões.
Para 2020, a expectativa da Unctad é que a venda de estatais poderá ter um ritmo maior. A agência considera que privatizações de grandes companhias como Eletrobras e Telebrás poderão atrair volume maior de IDE.
Conforme a Unctad, os dados preliminares sobre investimentos greenfield – em projetos considerados incipientes, ainda no papel – anunciados no Brasil apoiam essa perspectiva, com o valor mais que dobrando, especialmente em energia renovável e indústria automotiva.
Os anúncios desses projetos alcançaram US$ 31 bilhões, comparados a US$ 16 bilhões em 2018. As fusões e aquisições ficaram estáveis em US$ 14 bilhões no Brasil.
Na América Latina como um todo, o valor de projetos greenfield anunciados em 2019 aumentou 32% em comparação ao ano anterior, passando de US$ 78 bilhões para US$ 103 bilhões. As fusões e aquisições de empresas na região tiveram queda de 44%, ficando em US$ 22 bilhões.
Além disso, as turbulências sociais e econômicas nos últimos meses derrubam as expectativas de IDE em 2020 em vários países da América Latina.
Os fluxos aumentaram para Chile, Peru e Colômbia, no rastro de crescimento econômico acima da média regional e novos investimentos públicos em infraestrutura e mineração.
O fluxo para as economias em desenvolvimento permaneceu também estável em US$ 694 bilhões. A China recebeu US$ 140 bilhões.
Para 2020, a tendência para o fluxo global é de alta moderada, em ritmo com projeções mostrando que a economia mundial pode ter alguma melhora no rastro de seu pior desempenho desde a crise financeira iniciada com a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.
Expectativa continua positiva neste ano com programa de privatizações do governo federal .
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