Há cinco anos as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão paradas, mesmo assim, o VLT irá ‘coçar o bolso’ do Estado, mais uma vez, neste ano. O empacado modal vai custar R$ 118 milhões em 2020 à Mauro Mendes (DEM). Conforme estimado no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA), R$ 66,3 milhões serão destinados para pagar os dois contratos que o Estado possui com a Caixa Econômica Federal, enquanto que R$ 52 milhões serão para despesas administradas pela Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
A dívida de Mato Grosso referente ao VLT corresponde a 9,87% do montante da dívida consolidada do Estado, tanto interna – com bancos nacionais – quanto externa com o Banco Mundial, que em 2020 soma R$ 7,1 bilhões. Ao todo, o Estado ainda deve R$ 710 milhões referentes aos empréstimos com a Caixa.
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Nos últimos cinco anos, Mato Grosso já pagou mais de R$ 500 milhões referentes aos empréstimos.
O secretário Marcelo de Oliveira, titular da pasta, aponta que o VLT passará a ser uma prioridade a partir de março deste ano. O prazo foi estabelecido pelo governador Mauro Mendes (DEM) para dar uma resposta sobre a continuidade ou não do modal.
Mauro chegou a estabelecer prazo em novembro de 2019 para dar uma resposta sobre o VLT, mas ao final do prazo estipulado, pediu desculpas por não ter cumprido a meta e justificou que a situação do modal é complexa, e tem como grande complicador a judicialização.
Em uma de suas últimas entrevistas em 2019, o governador se desculpou com a população pelo fato de não conseguir cumprir a promessa de oferecer uma solução definitiva quanto ao destino do Veiculo Leve Sobre Trilhos, com obras paralisadas desde 2014, em Cuiabá e Várzea Grande.
Mendes apontou uma série de entraves no andamento dos estudos realizados pela Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá, que conta com técnicos do Governo do Estado e da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana e ainda de especialistas na área das duas prefeituras.
“[…] Realmente eu disse que em até um ano daria uma solução. Peço desculpas, mas não foi possível. Criamos uma comissão, teve que colocar o Governo Federal porque tem verba federal. Tem financiamento feito pela Caixa Econômica. Houve problemas no meio do caminho. Descobrimos coisas analisadas no passado que não estavam corretas […]”.
“Tivemos que contratar um novo estudo de tráfego de passageiros para tomar uma decisão correta em cima de dados corretos. Não foi possível […] Apertei muito a minha equipe. Isso não é uma decisão que o governador toma, que ele acorda inspirado e resolve tomar essa decisão. Isso tem que ter um estudo técnico, tem que conversar com a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana […]”.
Anunciando, entretanto, que deve se posicionar quanto ao destino do VT ainda no primeiro semestre de 2020.
“É uma solução complexa. Estamos trabalhando, estamos estudando o problema e quero o mais rapidamente possível tomar uma decisão. Seguramente no primeiro semestre do ano que vem teremos uma decisão sobre o VLT”.
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