O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, deu sinais de que o Governo do Estado não estaria disposto a subsidiar uma eventual tarifa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Cuiabá e Várzea Grande, caso o modal venha a ser colocado em funcionamento.
As obras estão paralisadas desde 2014.
“O maior problema do VLT é o preço da passagem. Quem é que vai pagar essa conta? O Estado está disposto a pagar R$ 50 a R$ 70 milhões de subsídio por ano? Ou seja, toda a sociedade de novo pagar a conta desse modal. Então essa é a discussão”, declarou Mauro Carvalho, em entrevista ao programa Primeira Página, da rádio Centro América FM, na manhã desta quarta-feira (5).
Ao negar que grupos chineses estariam conversando com o Governo para assumir o modal, Carvalho ressaltou que após estudos que estão sendo realizado, o Estado buscará essas conversas, adiantando que há possibilidade de subsidiar a tarifa não se encontra na pauta da gestão.
“Se tem algum setor que esteja interessado num VLT de Cuiabá e venha com uma tarifa realmente justa e sem subsídio do Governo, estamos abertos. Isso faz parte, inclusive, das coisas que devemos ouvir a partir do estudo pronto”, reforçou Carvalho, apontando claramente a negativa de hipótese de custeio de parte da tarifa.
O secretário-chefe disse que a decisão a ser tomada pelo Estado quanto ao futuro do VLT será técnica.
“Não adianta o Governo achar que vai por um lado ou vai para outro, pois vamos tomar uma decisão técnica, baseada naquilo que é melhor para Baixada Cuiabana. O Governo do Estado tem reunido com o Ministério em Brasília e esse estudo deve estar terminando final de fevereiro e início de março. O governador [Mauro Mendes] vai a Brasília acompanhar todas essas medidas (…) Agora não é uma decisão tão simples, até porque são estudos extremamente complexos para vermos a viabilidade desse modal”, avaliou.
A obra
Iniciadas em 2012, as obras do VLT estão paradas desde dezembro de 2014. Até então, apenas 6 km dos 22 km dos trilhos foram concluídos.
Orçado em R$ 1,477 bilhão – dos quais R$ 1,066 bilhão já foram aplicados, segundo dados da data base de maio de 2012 -, o contrato com o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande foi rescindido pelo Governo do Estado após a Operação Descarrilho – deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2017 – que apontou indícios de irregularidades no acordo.
Além disso, o Governo instalou processo administrativo para apurar possíveis infrações contratuais e prometeu lançar uma nova licitação para a obra.
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