A Vale fechou o quarto trimestre de 2019 com prejuízo de US$ 1,56 bilhão, revertendo um lucro líquido de US$ 3,786 bilhões registrado em igual período do ano passado.
Entre os analistas previstos pelo Valor, a estimativa mais conservadora era de um prejuízo de US$ 576 milhões.
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No balanço que fecha o ano de 2019, a mineradora registrou uma baixa contábil (impairment) de US$ 4,202 bilhões, dos quais US$ 2,511 bilhões relativos às operações de níquel na Vale Nova Caledônia (VNC) e outros US$ 1,691 bilhões relacionados às operações de carvão na mina de Moatize, em Moçambique. A empresa havia informado em dezembro que faria no quarto trimestre uma baixa contábil de valor inferior para essas operações, de US$ 3,2 bilhões.
Houve ainda uma provisão de US$ 671 milhões relacionada ao plano de descaracterização de barragens e outra provisão de US$ 227 milhões relacionada aos acordos firmados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
A receita operacional líquida da empresa no quarto trimestre foi de US$ 9,96 bilhões, uma alta de 1,5% ante os US$ 9,81 bilhões dos três últimos meses de 2018.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado entre outubro e novembro ficou em US$ 3,53 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 20,8% ante os US$ 4,46 bilhões do quarto trimestre de 2018. Os analistas consultados pelo Valor previam, na média, um Ebitda de US$ 4,47 bilhões no quarto trimestre.
No ano, a mineradora teve prejuízo de US$ 1,68 bilhão, depois de um lucro de US$ 6,86 bilhões em 2018, enquanto a receita líquida anual subiu 2,7%, para US$ 37,57 bilhões e o Ebitda caiu 36,2%, para US$ 10,585 bilhões.
Endividamento
A dívida líquida da Vale caiu 8,28% entre o terceiro e o quarto trimestres do ano passado, fechando 2019 em US$ 4,88 bilhões.
Com isso, a alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, ficou em 0,5 vez, mantendo o nível do terceiro trimestre, mas caindo em relação à 0,6 vez observada no fim do ano passado.
No balanço do quarto trimestre, a Vale informou que, em dezembro, completou a sindicalização da linha de crédito rotativo de US$ 3 bilhões que estará disponível pelos próximos cinco anos. Segundo a mineradora, a nova linha, em conjunto com a linha já existente de US$ 2 bilhões, que vence em 2022, preserva o valor total disponível de US$ 5 bilhões em linhas de crédito rotativo.
O prazo médio da dívida reduziu-se para 8,5 anos ao fim do ano passado, contra 8,9 anos ao fim de 2018. “Da mesma forma, o custo médio da dívida, após swaps cambiais e de juros, reduziu-se para 4,87% ao ano em 31 de dezembro de 2019, quando comparado a 5,07% em 31 de dezembro de 2018 . Isto foi devido, principalmente, à recompra de bonds com maior yield e prazos mais longos durante o ano”, diz a companhia no balanço do quarto trimestre.
Incorporação de empresas
Em dia de balanço, a Vale informou que vai submeter aos acionistas, em assembleia geral, a incorporação da Ferrous Resources do Brasil, Mineração Jacuípe, Minas da Serra Geral, MSE, Mineração Guariba e Retiro Novo Reflorestamento, nas quais é titular da totalidade das ações ou quotas representativas do capital social.
Segundo a companhia, as propostas de incorporações foram aprovadas nesta quinta pelo conselho de administração. A medida visa a simplificação da estrutura societária.
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