Volta ao mundo de trem? Entenda como é a viagem sobre trilhos por três continentes

Já imaginou embarcar num trem em Toronto, no Canadá, e só desembarcar em Moscou, a capital russa? É mais ou menos isso que propõe a Volta ao Mundo de Trem, uma viagem de 24 dias por três continentes, percorrendo cerca de 16 mil quilômetros sobre trilhos por 14 cidades do Canadá, China, Mongólia e Rússia.

Com a exceção da ligação aérea entre Canadá e China (já que ainda não existem trilhos cruzando o Oceano Pacífico), a jornada é toda feita em trens de luxo, que cruzarão grandes cidades, como Toronto, Pequim e Ulan Bator, e longos trechos de natureza bruta, como as Rocky Montains canadenses, os desertos da Mongólia e as estepes da Sibéria.

A saída está marcada para 15 de agosto, mas pode ser postergada por conta da epidemia do novo coronavírus, cujo foco principal é a China, um dos países que fazem parte do roteiro.

– Muitos especialistas dizem que no verão no Hemisfério Norte, quando será a viagem, o problema já estará controlado. Mas não há garantia, por isso trabalhamos com a possibilidade de adiar a saída – explica Pablo Bernhard, CEO da operadora TT Travel, especializada em viagens ferroviárias, que desenvolveu o pacote para o mercado brasileiro.

Caso a epidemia seja superada, a viagem começará em Toronto, a bordo do The Canadian, um trem que cruza todo o território do país, de costa a costa. São três dias de viagem a bordo de vagões panorâmicos, com amplos janelões que avançam sobre o teto e permitem apreciar o visual composto de rios, campos e montanhas do interior canadense.

Neste trecho da viagem, os pernoites serão em hotéis nas paradas selecionadas. A primeira parada será Jasper, onde fica um dos parques nacionais mais importantes da América do Norte, com lagos e picos nevados. Outra atração da região é o Glacier Skywalk, uma passarela de vidro a 918 metros do chão.

A perna canadense da volta ao mundo ferroviária acaba na linda Vancouver, uma das cidades que melhor combina belezas naturais e atrações urbanas no mundo. Após um dia para aproveitar a região, os passageiros trocarão os trilhos pelas nuvens, e embarcarão num voo da Air Canadá para Pequim.

Na capital chinesa, o grupo fará passeios pelos principais cartões-postais, como a Cidade Proibida e a Grande Muralha, antes de embarcarem num trem até a cidade de Erlian, na fronteira com a Mongólia. São 707 quilômetros, percorridos em 13 horas. Uma distância curta, tanto para padrões chineses quanto em relação ao ao vem pela frente.

Em Erlian, que fica no Deserto de Góbi, os passageiros cruzam a fronteira e trocam de composição para, provavelmente, a parte mais famosa da jornada, a bordo do Transiberiano Imperial Russia, um dos trens mais luxuosos do mundo. Neste trecho sim as noites são nas cabines internas.

– Pela tradição de viagens de longas distâncias, os russos desenvolveram os vagões e cabines mais confortáveis do mercado. São mais espaçosos que a média e o serviço, de alta qualidade – defende Bernhard.

Na Mongólia, os viajantes poderão testemunhar os contrastes do país, que se equilibra entre a modernidade radical da capital Ulan Bator, com seus arranha-céus chamativos, e a tradição dos povoados nômades das estepes no Parque Nacional Gorkhi Terelj – muita gente no país ainda vive nas iurtas, as cabanas típicas que vêm dos tempos de Gengis Khan. O grande imperador mongol, aliás, é lembrado numa gigantesca estátua equestre na capital, parada obrigatória no tour.

Entrando na Rússia, o roteiro passa pelo Lago Baikal, o maior de água doce do mundo, localizado na Sibéria, e pela cidade de Kazan, onde os passageiros presenciarão o show folclórico “Tugan Avalim”, da cultura tártara. A viagem termina em Moscou, com direito a mais um city tour pela antiga capital soviética.

– Esse é um tipo de viagem diferente. Não se trata apenas de pegar um transporte para ir a um determinado lugar. O trem é parte da experiência, é o protagonista. As pessoas passam a maior parte do tempo sobre os trilhos e juntas, o que cria uma sensação de comunidade única. Vira um grande grupo de amigos depois. Até porque a internet só funciona nos hotéis e nas estações. Então, o jeito é conversar e curtir a viagem mesmo – brinca Bernhard, que estabeleceu a duração da viagem pensando no mercado brasileiro. – Em outros países, há público para viagens de 45, 50 dias. Para o brasileiro, esse é um tempo que costuma ser excessivo. Por isso fechamos em 24 dias, para que caiba no período de férias dos brasileiros.

O pacote custa a partir 16.530 euros por pessoa em acomodação dupla e inclui 14 noites a bordo dos trens, oito noites em hotéis de quatro a cinco estrelas, 59 refeições, jantar de boas-vindas no restaurante 360 da CN Tower, trecho aéreo em classe econômica Air Canada de Vancouver a Pequim e city tour, passeios e visitas contemplados na programação e serviço de guias em português ou espanhol. Mais informações no site voltaaomundodetrem.com.br.

Fonte: https://oglobo.globo.com/boa-viagem/volta-ao-mundo-de-trem-entenda-como-a-viagem-sobre-trilhos-por-tres-continentes-24247187

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