O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, minimizou ontem o efeito das turbulências políticas na atração de investidores estrangeiros ao país e destacou que o Congresso Nacional assumiu protagonismo na condução de reformas. Ele também confirmou a indicação de Davi Barreto à diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O nome ainda será submetido à avaliação do presidente Jair Bolsonaro.
“Ele tem dez anos à frente da área de fiscalização de infraestrutura no TCU, já está fazendo grande trabalho como diretor na ANTT e goza de credibilidade do mercado. Na regulação, credibilidade é tudo”, afirmou o ministro após participar de reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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O último diretor-geral da ANTT, Mário Rodrigues Júnior, era ligado ao ex-deputado Valdemar da Costa Neto e foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal em abril de 2019.
Segundo Freitas, o trabalho do ministério é técnico e é independente de eventuais questões políticas. “Além disso, por mais que tenha confusão, você tem uma orientação do Congresso ‘pró-business’. O Congresso resolveu enfrentar questões que antes não enfrentava com muita coragem, como a reforma da Previdência.”
O ministro ainda ressaltou que o Congresso está pronto para dar prosseguimento às discussões das reformas administrativa e tributária. “Há inclusive uma disputa por protagonismo, para ver quem vai discutir a reforma tributária primeiro”, disse.
Segundo ele, há forte interesse do estrangeiro no programa de infraestrutura do governo e o horizonte olhado pelos investidores é o longo prazo. “O pessoal está vacinado [contra as turbulências políticas]”, disse Freitas.
O ministro ainda elencou uma série de projetos de concessão cuja modelagem está pronta, restando o envio ao Tribunal de Contas da União (TCU), como o da BR-163, principal via terrestre de escoamento de grãos de Mato Grosso para os portos no Norte do país, e da Ferrogrão.
O ministro reafirmou que, no caso da BR-163, segue a ideia de propor uma concessão reduzida, de dez anos, por causa da construção, em paralelo, da Ferrogrão. A ferrovia, quando pronta, terá o mesmo trajeto da rodovia.
Ele ainda reforçou que em junho ou julho está previsto o leilão de cinco terminais portuários e que a desestatização do porto do Espírito Santo vai entrar em fase de audiência pública.
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