Um mundo interconectado e apoiado em tecnologia está mudando a forma como vivemos todo e qualquer aspecto do cotidiano: inovações não se limitam à tecnologia, mas também tornam necessário repensar os processos e a relação com os espaços. E embora as ideias de Smart Cities, ou Cidades Inteligentes, sejam encaradas como um passo fundamental em direção ao futuro, ainda permanecem questionamentos sobre como conectar a sociedade às novas tecnologias de forma eficiente.
Cidades inteligentes surgem como um modelo que incorpora tecnologias digitais para enfrentar alguns dos desafios de urbanização e sustentabilidade: implantam-se sistemas urbanos inteligentes em prol do desenvolvimento socioeconômico e da melhoria da qualidade de vida urbana. Trata-se, portanto, de um esforço para tornar o ambiente social mais eficiente, sustentável e humano.
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Na perspectiva de cidades inteligentes, é possível monitorar e integrar a funcionalidade de toda a infraestrutura, como estradas, vias aéreas, hidrovias, ferrovias, suprimento de redes de comunicação, bem como manutenção, segurança e serviços, de forma que recursos sejam otimizados. Uma necessidade cada vez mais urgente, frente a uma população urbana que deverá crescer 63% até 2050, com um aumento mais rápido entre as megacidades com mais de 20 milhões de habitantes e localizadas em países em desenvolvimento.
Essa tendência, claro, cria desafios sem precedentes: populações que vivem em favelas, sem serviços básicos, crescem na ordem de 6 milhões de pessoas a cada ano. Municípios também sofrem com a ampliação da desigualdade e desemprego, poluição do ar e da água, problemas de mobilidade e aumento da criminalidade. É urgente buscar soluções para as cidades.
Isto é feito através da oferta de oportunidades de parcerias com o poder público e empresas para que então a universidade possa desenvolver inovações e soluções alinhadas às demandas da sociedade e do mercado. É algo profundamente associado ao conceito de inovação. A importância em gerar novos saberes e tecnologias vem crescendo e mudando a relação das universidades com a sociedade: elas devem estar empenhadas não apenas em produzir conhecimento e formar profissionais, mas também em contribuir com o desenvolvimento social, tecnológico e econômico. Neste sentido, buscar parcerias com empresas, entidades do terceiro setor e órgãos públicos para avançar o desenvolvimento tecnológico e trazer benefícios para sociedade é essencial.
Universidades são essencialmente versões menores e mais condensadas das cidades, com seus próprios sistemas de transporte, suas pequenas empresas, seus serviços e sua comunidade. É um espaço promissor como celeiro de novas ideias e soluções que poderão impactar a vida urbana. Estabelecer laços de confiança é um caminho fértil para superar as imperfeições e falhas, bem como atender às demandas sociais. Mas para que esse processo possa fluir, em nenhuma hipótese, a universidade pode se fechar em torno de seus próprios muros.
*Paula Cristina Trevilatto é pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
Fonte: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/a-busca-por-cidades-cada-vez-mais-inteligentes/
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