A imagem acima mostra como era a casa de chaves da Companhia Paulista de Estradas de Ferro em Jundiaí. Um incêndio neste sábado (6) no local destruiu o imóvel e, consequentemente, atingiu o patrimônio ferroviário na cidade paulista.
É o segundo bem ligado à história ferroviária a pegar fogo em menos de dois anos no município. Em julho de 2018, a chamada Estaçãozinha de Jundiaí, que estava em processo de tombamento, foi alvo de um incêndio que destruiu telhado, madeiramento, janelas e uma parede.
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O fogo na antiga cabine eletromecânica começou na madrugada de sábado e persistiu até a manhã, quando foi controlado. Telhado e o andar superior ficaram totalmente destruídos. O Corpo de Bombeiros foi acionado.
A hipótese mais provável é que o fogo tenha sido colocado por invasores que utilizavam o local para dormir ou para usar drogas.
A Prefeitura de Jundiaí registrou boletim de ocorrência, por meio da UGC (Unidade de Gestão de Cultura), por depredação de patrimônio público, para apuração das causas e responsabilidades.
De acordo com a administração, o imóvel histórico, que está dentro do Complexo Fepasa, pertence ao governo federal e está sob responsabilidade da concessionária Rumo Logística.
A Prefeitura de Jundiaí reconhece seu valor e a necessidade da preservação de espaços como esse para a manutenção cultural e histórica de Jundiaí, diz trecho de comunicado do governo.
A Rumo informou que irá aguardar a investigação das autoridades sobre as causas do incêndio. Em relação às condições do imóvel, a empresa disse que irá avaliar os danos para discutir quais medidas podem ser adotadas.
O blog procurou o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Assim que se manifestar, o texto será atualizado.
Membros de associações de preservação veem os dois incêndios como muito danosos para a manutenção da memória ferroviária no país.
No caso da Estaçãozinha, ela foi usada como estação da Companhia Paulista por menos de uma década. Inaugurada em 1º de abril de 1898, a Jundiaí-Paulista -nome oficial da estação- foi utilizada por passageiros da Paulista entre aquele ano e 1907. A partir de então, os usuários começaram a embarcar e desembarcar numa estação da São Paulo Railway, distante 800 m do local.
A estação abrigava um morador até 2018, mas ele morreu e o local ficou abandonado, o que contribuiu para que os incêndios ocorressem, conforme especialistas em preservação.
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