Após um imbroglio que durou uma semana, trens turísticos voltaram a ter autorização para operar no país, dependendo do cenário da pandemia do novo coronavírus em cada estado.
No último dia 2, decisão publicada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) proibia a operação de trens turísticos no país até o dia 31 de agosto devido ao avanço da Covid-19, o que gerou queixa do setor ferroviário, que suspendeu roteiros previstos e afirmou que a medida aprofundaria a crise no setor.
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Nesta semana, porém, a publicação de uma nova resolução atendeu pedido feito pela Abottc (Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais) e os trens tiveram permissão para operação. Em São Paulo, porém, o funcionamento segue suspenso, já que um decreto do governo do estado prorrogou a quarentena até o próximo dia 28.
A resolução 5.894 da ANTT atendeu pedido da Abottc e da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e contou com intercessão do Ministério do Turismo. A pasta pediu a revogação do artigo 15, que tratava da interrupção das operações turístico-ferroviárias no país.
Com isso, neste sábado (13) o Trem do Vinho já voltou a percorrer os 23 quilômetros de trilhos entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, com a adoção de protocolos de segurança.
Operado pela Giordani Turismo, o trem tinha passeios agendados para o último dia 6, mas precisou cancelar devido à resolução da ANTT, depois de ter obtido autorizações municipais e do governo estadual. O funcionamento estava suspenso desde 18 de março.
Susana Giordani, diretora da empresa, disse que foram realizados passeios de manhã e à tarde, e que regras para evitar a propagação do novo coronavírus, como o espaçamento entre os turistas, foram seguidas dentro dos carros de passageiros.
Segundo o Ministério do Turismo, o retorno foi possível porque o segmento de trens turísticos se comprometeu a seguir protocolos de biossegurança apresentados na última semana pela pasta.
Entre eles estão organizar horários de forma a evitar aglomeração e manter, sempre que possível, portas e janelas abertas para melhorar a circulação do ar.
Como já publicado aqui, as operações dos trens turísticos e culturais no país estavam paralisadas desde março.
No documento enviado à ANTT, Abottc e ABPF argumentaram que, em que pese o estado de calamidade pública, boletim epidemiológico do Ministério da Saúde afirmou que a magnitude da pandemia não é igualmente significativa em todos os municípios brasileiros no mesmo momento.
Argumentaram ainda que as empresas adotaram medidas como férias aos empregados e a suspensão de contratos de trabalho, amparadas na MP 936, mas que agora não mais poderão adotar a modalidade, o que deverá resultar em demissões.
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