Para evitar contágio por coronavírus, prefeito manda interditar obra da Ferrovia Norte-Sul em Quirinópolis

Obra da Ferrovia Norte-Sul em Quirinópolis, Goiás - Foto: Divulgação/Prefeitura de Quirinópolis

Com 166 funcionários da Ferrovia Norte-Sul contaminados pelo coronavírus, a Prefeitura de Quirinópolis decidiu interditar temporariamente a construção de um trecho da via no município. Os colaboradores que trabalham nas empresas consorciadas, que constroem a ferrovia, representam 80% de todos os casos confirmados na cidade. Por isso, foi emitido um termo de interdição nesta quinta-feira (25), com validade até 8 de julho.

O município tem 245 casos positivos de coronavírus, segundo a prefeitura, que passou a considerar o canteiro das obras como o foco da doença na cidade. Ao total, foram 256 funcionários do consórcio submetidos aos exames.

A Rumo, empresa que detém a concessão da ferrovia, informou que opera segundo critérios éticos e exige a mesma postura de seus fornecedores. Já a empresa Sacyr, que executa a obra, preferiu não se manifestar neste momento (veja as notas ao final).

O prefeito Gilmar Alves (MDB) disse que a rede municipal de saúde dispõe de 12 leitos de enfermaria destinados exclusivamente aos pacientes contaminados. Como o foco principal está nos trabalhadores da ferrovia, vamos acompanhar tanto o aumento nos números de confirmados quanto da nossa ocupação hospitalar para avaliar se será necessário uma medida extrema [lockdown], pondera o prefeito.

Os funcionários com diagnóstico positivo somente poderão retornar ao trabalho depois de cumprirem a quarentena domiciliar de 14 dias e serem liberados pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do município.

Falta de suporte O termo de interdição afirma que a Secretaria Municipal de Saúde exigiu providências das empresas que atuam na construção, como fazer o reteste em todos os trabalhadores que tiveram resultado negativo, sete dias após a realização do primeiro teste.

A Vigilância Sanitária municipal já havia expedido uma notificação compulsória e a declaração de isolamento social, as quais deveriam ter sido preenchidas e devolvidas. A prefeitura também solicitou às empresas o acompanhamento de todos os trabalhadores positivados, além de garantir alimentação e higiene pessoal.

De acordo com a administração municipal, o consórcio tem sido omisso em relação aos pedidos, embora esteja ciente da obrigação imposta pelo poder público. Segundo o prefeito, as empresas consorciadas não deram suporte necessário e informações sobre onde estavam isolados os trabalhadores.

O plano de contingenciamento do coronavírus apresentado pelo consórcio à Secretaria Municipal de Saúde é outro item que não estaria sendo integralmente cumprido, segundo assinala a prefeitura.

Exigências para retomada das obras O retorno das obras foi condicionado a uma série de exigências apresentadas pela prefeitura. O cumprimento dos pedidos deve ser entregue à Vigilância Sanitária para que as empresas retomem as atividades.

Resultados dos retestes em todos os funcionários que testaram negativo nos testes realizados nos dias 15, 16 e 17 de junho; Os termos de notificação e isolamento social devidamente preenchidos; Relatório minucioso constando as medidas de isolamento social por 14 dias dos trabalhadores com teste positivo, bem como informar os contatos diretos dos familiares ou pessoas com quem dividem a mesma residência; Demonstrativos da eficácia do isolamento social e dos cuidados de higiene pessoal; Lista com os nomes dos colabores afastados com endereço da residência, inclusive dos negativados nos testes. Notas das empresas A Rumo informa que opera segundo critérios éticos e exige a mesma postura de seus fornecedores. Para isso, mantém mecanismos de melhoria contínua em seus processos de controle interno, adota métodos rígidos de homologação no relacionamento com terceiros e conta com um Comitê de Auditoria que avalia e monitora exposições a risco.

Com relação à pandemia de Covid-19 em Goiás, a Companhia vem acompanhando de perto as recomendações feitas pelo Ministério Público de Goiás e pela prefeitura de Quirinópolis ao consórcio Sacyr Neopul ETC, que responde pela execução das obras de via permanente da Malha Central. A concessionária confia que o consórcio demonstrará o cumprimento das obrigações para proteger a integridade física e a saúde de seus colaboradores, bem como apresentará os planos de contenção que lhe foram solicitados.

O Consórcio Sacyr disse em nota que não vai se manifestar neste momento.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/06/25/para-evitar-contagio-por-coronavirus-prefeito-manda-interditar-obra-da-ferrovia-norte-sul-em-quirinopolis.ghtml

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