Folha de S. (Coluna) – O relatório de oferta e demanda de grãos do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta terça-feira (9) não apresentou novidades, à exceção de um novo aumento na safra brasileira de soja.
O órgão norte-americano prevê, agora, uma colheita de 134 milhões de toneladas para a oleaginosa, um volume já previsto por outras consultorias e pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Mesmo com essas estimativas elevadas de produção, a soja mantém preços recordes no Brasil, embalados pelo dólar. O indicador do Cepea e da BM&FBovespa registrou R$ 179,30 nesta terça-feira, 94% mais do que em março de 2020.
A soja teve alta também em Chicago, Bolsa balizadora dos preços mundiais do produto, mas é a moeda norte-americana que indica os caminhos internos da oleaginosa. Crises sanitária e econômica, incrementadas por uma pitada política, forçam a alta da moeda dos Estados Unidos no Brasil.
O resultado é a continuidade dos preços internos da soja. A saca foi negociada a R$ 160 nesta terça-feira, em Sorriso (MT), com alta de 5% em relação ao valor de há uma semana. Em Cascavel (PR), a saca subiu para R$ 168, com evolução de 4%, segundo dados da AgRural.
A crise embala os preços da soja, mas, neste ano, o cenário poderá ser diferente para o produtor brasileiro. O dólar encarece também os insumos importados e pesa no preço do diesel, este um dos principais componentes de custos em alguns dos setores, como o da cana.
A alta dos transportes, em pleno período de safra, vai recair sobre os preços recebidos pelos produtores. Desta vez, a crise poderá afetar de forma mais contundente os ganhos na agropecuária.
Casa em dia Os ministérios da Agricultura da Argentina e do Brasil discutiram nesta terça-feira (9), em Brasília, pendências sanitárias e fitossanitárias que duravam, em alguns casos, até uma década.
Mão dupla O Brasil abre espaço para vários produtos argentinos, como camarão, carne bovina, miudezas bovinas e madeiras. Já a Argentina libera vendas brasileiras de carnes, lácteos e ração pet.
Dinheiro no campo Em 2019 e 2020 foram investidos R$ 9,6 bilhões no setor de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, segundo o Seade. A expansão e a renovação dos canaviais receberam R$ 7,4 bilhões. Infraestrutura e indústria ficaram com o restante.
Cana A região centro-sul chegou neste inicio de março, último mês da safra 2020/21, com moagem de 599 milhões de toneladas de cana, 3% mais do que em igual período anterior.
Estoques A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) indica que, apesar da produção menor de etanol, os estoques atuais do combustível estão 5,5% superiores aos de março de 2020.
Armazenagem em dia A safra brasileira de grãos vem registrando recorde sobre recorde nos últimos anos. O aumento de produção e a elevação de renda dos produtores trouxe um ritmo forte de trabalho à Kepler Weber, do setor de armazenagem.
Canteiro nacional A empresa participa atualmente da construção de 238 silos em 16 estados. Rio Grande do Sul lidera, com a construção de 56 unidades.
Ainda deficitário Apesar do recente aumento, o Brasil ainda não atingiu 20% de capacidade para armazenar a safra de grãos nas fazendas. O país teve um déficit calculado em 81 milhões de toneladas em 2020, segundo a empresa.
Seja o primeiro a comentar