Valor Econômico – O município de Sorriso (MT), maior produtor de soja do país e considerado a capital nacional do agronegócio, decretou situação de emergência devido ao intenso volume de chuvas registrado nos últimos 45 dias. Foram mais de 800 milímetros desde o início de fevereiro, o que afetou a colheita dos grãos, inundou lavouras e gerou estragos nas estradas utilizadas para escoar a safra. O prejuízo no agronegócio já é estimado em R$ 1,5 bilhão.
“Tem sido um período muito difícil e estamos somando esforços para amenizar a situação, formalizando em um documento que o acúmulo de mais de 800 milímetros nos últimos 45 dias trouxe danos à infraestrutura das estradas vicinais, assim como perdas severas à agricultura de modo geral, dificuldades para o transporte escolar e, o que é ainda mais grave, o transporte de pacientes dos municípios vizinhos para o Hospital Regional de Sorriso”, disse, em nota, o prefeito de Sorriso, Ari Lafin.
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O decreto estima prejuízos de R$ 1,5 bilhão para o setor privado em Sorriso e de R$ 850 mil para o setor público. O documento torna menos burocrático o processo para recuperação da infraestrutura logística e garante aos produtores a oportunidade de renegociar contratos e dívidas. No município, o cultivo de soja ocupa cerca de 620 mil hectares, segundo a prefeitura local.
O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Marcelo Lincoln, alertou para os impactos na produção de milho. Além do solo encharcado, a janela do ciclo produtivo do cereal torna o plantio da segunda safra arriscado.
Para o representante do Sindicato Rural de Sorriso, Tiago Stefanello, o decreto é um alento. “É o momento de negociar, de dialogar e buscar uma forma de reduzir este impacto”, afirmou.
A prefeitura relata dificuldades para que as hortaliças oriundas da agricultura familiar cheguem à mesa das famílias mais pobres e à merenda escolar oferecida como parte do programa Mesa Saudáve.
No decreto, o prefeito destaca dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) que mostram que, por causa da irregularidade do clima, registrada desde o início do plantio, a colheita da soja safra 2020/2021 em Sorriso está com atraso de 32% em relação ao ano passado.
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