Valor Econômico – Desde que não atrapalhe as privatizações, uma eventual migração do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Ministério da Economia para o Palácio do Planalto não é vista como um problema grave pela equipe do ministro Paulo Guedes. A pasta já trabalhava nas privatizações antes de receber o comando do PPI, e pode continuar a fazê-lo.
Fontes do Planalto disseram que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, poderá ser acomodado no comando do PPI e a estrutura deve migrar para o Palácio do Planalto.
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O problema é que, em desenho ainda a ser definido, o PPI pode ficar no guarda-chuva da Secretaria-Geral, comandada por Onyx Lorenzoni. Isso pode reeditar conflitos entre o Planalto e a equipe econômica que ocorreram em 2019. Naquele ano, Lorenzoni era ministro da Casa Civil e o PPI fazia parte dessa estrutura.
Eram frequentes os atritos com a equipe de Guedes. Havia disputa pelo protagonismo nas concessões e privatizações.
Era justamente para evitar um comando duplo nesses trabalhos que, desde a transição, Guedes defendia que o PPI fizesse parte do Ministério da Economia. Só conseguiu isso em janeiro de 2020, após o escândalo do uso de um jato da FAB pelo então ministro interino da Casa Civil, Vicente Santini, para se deslocar de Davos (Suíça) para Nova Délhi.
A volta do PPI para o Planalto ocorre num momento em que Guedes se confessa frustrado por não haver feito nenhuma grande privatização até agora e o governo procura avançar com as privatizações dos Correios e da Eletrobras. Em reunião realizada na semana passada, com a presença de Jair Bolsonaro no Ministério da Economia, o Conselho do PPI recomendou a inclusão das duas no Programa Nacional de Desestatização (PND). É um passo formal, que serviu para transmitir a ideia que os processos não estão parados. A inclusão das estatais no PND depende de decretos presidenciais e da aprovação de matérias que estão em análise no Congresso Nacional.
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