Após restauro de estação, Paranapiacaba projeta recuperação de pátio ferroviário

Vista aérea da Vila de Paranapiacaba, em Santo André, que terá projeto para futuro restauro (Leo Giantomasi)

Folha de S. Paulo (Blog) – Após ter concluída a restauração da estação ferroviária Campo Grande, no fim do ano passado, a histórica Vila de Paranapiacaba, em Santo André, terá um novo projeto de restauro.

Agora, serão feitos os projetos executivos, com mapas e detalhamento em textos, para que seja recuperada no futuro a plataforma de embarque e desembarque do pátio ferroviário. O projeto vai coletar informações, preparar plantas, desenhos e cálculos e planejar paisagismo para o entorno.

Construído pela SPR (São Paulo Railway) no século 19 e tombado por órgãos de preservação municipal, estadual e federal, o local passará por estudos que devem ser concluídos em julho e usados para embasar obras futuras no local. A área é concedida à MRS Logística, que patrocina o projeto.

O pátio tem área total de 3.452 metros quadrados, com 465 metros quadrados de área construída e integra o patrimônio histórico e ambiental da vila ferroviária. Foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2002, 15 anos após tombamento feito pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo). Em 2003, também foi alvo de proteção pelo conselho municipal de Santo André.

O núcleo urbano implantado em frente à antiga estação ferroviária Alto da Serra, na parte alta de Paranapiacaba, tem características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira. Já a parte baixa teve técnicas construtivas usadas pelos ingleses da SPR.

Além dos estudos técnicos para a recuperação do patrimônio ferroviário, será investigado o potencial para a economia criativa da região. A estruturação dos projetos começou em janeiro e o objetivo é que sejam indicados caminhos para integrar poder público e comunidade para unir a conservação da memória ao desenvolvimento sustentável do turismo e da cultura.

O projeto custará R$ 445 mil, patrocinado pela concessionária por meio de lei de incentivo à cultura, e desenvolvido pela Brasil Restauro.

Em dezembro, depois de dez meses de trabalhos, chegou ao fim a restauração da estação ferroviária Campo Grande, na vila histórica, que estava abandonada havia quase duas décadas.

A estação foi inaugurada em 1889, 40 anos antes do surgimento do prédio atual, e pertenceu à SPR, que surgiu em 1867 e foi pioneira no transporte ferroviário paulista.

Ela deixou de transportar passageiros em 2002, quando foi acentuado o processo de abandono, e passou até a sofrer risco de desabamento por conta de umidade, sujeira, fungos e bolores.

A previsão inicial apontava perda de 90% da estação, com a manutenção só de tijolos e alvenarias externas, mas a partir da limpeza inicial a equipe da arquiteta Fabiula Domingues constatou que outros componentes do prédio estavam em bom estado de conservação.

A restauração envolveu cerca de 40 profissionais, custou R$ 1,74 milhão e também foi patrocinada pela concessionária.

Fonte: https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/apos-restauro-de-estacao-paranapiacaba-projeta-recuperacao-de-patio-ferroviario/

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