Valor Econômico – Prestes a passar por uma desestatização, a Santos Port Authority (SPA), estatal responsável pela administração do Porto de Santos, terminou o ano passado com lucro líquido de R$ 202,5 milhões e, na visão dos executivos, está pronta para a privatização.
“A empresa foi passada a limpo. Ainda não foi definida a modelagem [para a desestatização], mas a SPA está preparada”, avalia Fernando Biral, presidente da companhia docas. O processo está sendo estruturada pelo BNDES. A expectativa é que até novembro de 2021 seja aberta a consulta pública, já com uma proposta de modelagem.
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Desde o início de 2019, a gestão do porto tem feito uma série de reestruturações internas para tornar a companhia docas e a operação do porto mais eficientes, além de resolver passivos antigos que poderiam ser entraves para a desestatização.
O resultado positivo do ano passado é fruto dessas reestruturações, de ganhos operacionais e, principalmente, do aumento da movimentação do porto – em especial das exportações de produtos agrícolas pelo porto.
O lucro líquido teve um salto grande em relação ao de 2019, quando o resultado foi quase 18 vezes menor, de R$ 11,5 milhões – o número divulgado no ano passado havia sido um lucro de R$ 87,3 milhões, mas o valor teve que ser revisto para contabilizar passivos reconhecidos posteriormente, que não tiveram efeito no caixa, apenas na contabilidade.
Em 2020, a receita tarifária do porto cresceu 15%, para R$ 1,1 bilhão, um salto impulsionado pela movimentação de carga, que subiu 9,4% em 2020.
As despesas administrativas e gerais cresceram 28,64% no ano, chegando a R$ 286 milhões. Um dos fatores da alta foi o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), concluído em abril de 2020. Foram demitidos 206 empregados no processo, o que gerou um gasto de R$ 48,7 milhões.
A SPA segue empenhada em reduzir custos, mas não tem novos programas de demissão no radar, segundo o diretor de Administração e Finanças, Marcus Mingoni. “Um PDV demora para ser estruturado, e a empresa tem um contingente que deverá se aposentar em breve, então a tendência é que haja a saída dessas pessoas.”
Para o executivo, os próximos passos passam pela melhoria de sua estrutura e maior eficiência da operação, com ao menos três medidas: a expansão do sistema ferroviário que chega aos terminais; a viabilização da chegada dos navios de 366 metros de comprimento, que têm maior capacidade de transporte; e a realização de novos arrendamentos. “O calendário de leilões caminha de forma independente ao da desestatização”, afirma Mingoni.
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